O Egito Antigo e a Mesopotâmia ficaram conhecidos como civilizações hidráulicas, porque a utilização das águas dos seus rios permitiu a autossuficiência da produção de alimentos que favoreceu o desenvolvimento das suas economias. Infelizmente, o Brasil não soube lidar da mesma maneira com esse recurso finito imprescindível para a manutenção da vida, já que o consumo e o desperdício aliado à negligência da gestão da água pelo Estado contribuem para a escassez e crise energética. O território brasileiro apresenta grandes bacias hidrográficas. Com isso, o consumo da água é altamente explorado pela população que acaba por desperdiça-la sem se preocupar com as consequências que essa atitude pode gerar. Entretanto, os setores agrícola e industrial são os principais responsáveis pelo seu uso. Ambas a utilizam para irrigar suas plantações e refrigeração de máquinas, respectivamente. Em troca, elas devolvem para o ambiente uma água contaminada por agrotóxicos e substâncias tóxicas que a tornam inviável para a ingestão humana. Além disso, a falha do Estado em administrar a água desde sua captação, tratamento e distribuição causa crises hídricas que prejudicam o país. Segundo Paul Watson, diretor do Greenpeace, “A inteligência é a habilidade das espécies para viver em harmonia com o meio ambiente”. Sendo assim, consumir e desperdiçar mais do que a capacidade de reposição leva a um desequilíbrio ambiental e econômico. De acordo com a Agência Nacional de Água (ANA), mais de 80% da eletricidade gerada no Brasil é proveniente de hidrelétricas. Logo, a escassez desse recurso afeta a população devido aos apagões que podem acontecer e encarecem a água devido sua pouca disponibilidade. É evidente, portanto, a necessidade de realizar medidas para melhorar a administração da água. Por isso, o Estado deve incentivar a população a reduzir seu consumo de água e desperdício por meio de descontos na conta de água proporcional a quantidade economizada. Também é importante realizar o tratamento da água do esgoto para reaproveitá-la na limpeza de ruas, na irrigação de plantio pela agricultura e refrigeração de máquinas pelas indústrias para evitar seu desperdício. Já o Ministério de Minas e Energia (MEE) tem o papel de ampliar o potencial de outras fontes de energia renováveis como a eólica, solar e biomassa tornando , assim, o país menos dependente das hidrelétricas e possibilitando um maior equilíbrio entre o homem e o meio ambiente.