Segundo o filosofo grego Tales de Mileto “a água é a essência primordial das coisas”. Em um contexto atual, a água tem caráter fundamental na criação e manutenção da vida humana. A alta demanda pelo recurso no Brasil é um dilema que atingem diretamente o setor de energia hidrelétrica. Mudanças na postura de consumo e utilização de fontes renováveis de energia são o caminho para uma sociedade sustentável. O Brasil é um dos países com maior aporte de água superficial do planeta, fato que possibilitou a utilização de usinas hidrelétricas. No entanto, alta demanda pelos setores de cidades, agricultura e indústria diminuem o volume dos corpos hídricos disponíveis. Isso afeta a eficiência das usinas hidrelétricas, que necessitam do recurso em abundância para mover as turbinas que convertem energia potencial (água em altitude) em energia elétrica. Uma das razões para o excessivo uso de água nos setores de indústria e agronomia está na carência de fiscalização do rendimento dos processos produtivos no tocante ao uso da água. A situação é análoga nas cidades: o país quase não fiscaliza a eficiência na distribuição do recurso nem o uso ao qual é empregado. Tal postura não permite a conscientização das grandes empresas e das pessoas quando a sustentabilidade dos seus processos e ações, o que gera o desperdício e escassez do recurso. O país, apesar do potencial, não faz uso significativo das fontes renováveis de energia em razão do seu alto custo. Outro motivo é pressão das grandes empresas de energia já consolidadas (combustível fóssil e hidroelétricas). Elas evitam a concorrência por meio de financiamento de campanhas de políticos que não se interessam pelo uso de energias diferentes das já amplamente utilizadas para travar o avanço destas. Portanto, faz-se importante a criação de um selo de avaliação do uso da água pelo Inmetro para classificar como cada empresa gere o recurso. O selo deve criar níveis entre ótimo e péssimo de eficiência e essa informação devem ser impressa na embalagem do produto. Assim o consumidor poderá avaliar o impacto de seu consumo. É necessário ainda que o mistério de minas e energia conduza um processo de transformação gradativo da matriz energética do país. Por meio de planos quinquênaríos, o ministério deve estabelecer metas para substituição das fontes de energias não-renováveis por renováveis nas empresas existentes no mercado premiando-as com incentivos fiscais e financiar a criação de usinas que empregam métodos renováveis. Assim a matriz de energia nacional dependerá cada vez menos da oferta de água.