Tema de redação: Os efeitos da má gestão hídrica no setor energético brasileiro
Redação enviada em 31/07/2017
Cerca de 80% da produção de energia elétrica no Brasil provem de hidrelétricas. Com isso, a gestão hídrica é fundamental tanto para a garantia do abastecimento desse recurso natural para o consumo quanto para a produção energética. Entretanto, desmatamentos, desperdícios de água e falta de investimentos são fatores que, aliados ao clima, influenciam na crise energética. A mata ciliar, de acordo com o Código Florestal, é uma área de proteção permanente, primordial para a proteção das nascentes e dos rios. No entanto, com a falta da vegetação, devido ao desmatamento irregular, a falta de fiscalização e restauração das galerias, eleva-se a evaporação e infiltração da água no solo. Além disso, aumenta o transporte de sedimentos pelos rios que, além de provocar o assoreamento, depositam-se nas barragens, diminuindo, assim, o tempo útil das hidrelétricas. Outrossim, de acordo com o Governo Federal, aproximadamente 37% da água tratada é perdida, seja por vazamentos nas tubulações, mau funcionamento de contadores e desvios ilegais, enquanto que na Alemanha essa taxa é de 10%. Esse fator, aliado à má gestão da água nas áreas rurais, setor este que mais consome água, corrobora para a diminuição da vazão dos rios. Com isso, em períodos de estiagem, a crise elétrica e de abastecimento, como ocorreu no Sistema Cantareira, em São Paulo, tende a se agravar cada vez mais. Outro fator determinante para os episódios de insuficiência energética é a falta de investimento e planejamento, sendo que parte delas são provocadas por interesses e impedimentos políticos. Embora o Brasil tenha a maior concentração de água doce do mundo, ela se encontra má distribuída. Por outro lado, o país possui regiões propícias à produção de energia solar e eólica, apesar de pouco explorados. Destarte, além das práticas a curto tempo, como incentivo à economia e diminuição da vazão da água, é fundamental que as empresas tenham maior liberdade para investir no sistema de abastecimento hídrico, para diminuir o desperdício, como também na produção alternativa de energia limpa. Outrossim, o Estado deveria albergar apenas a função de fiscalizador das empresas que executam os serviços de produção e distribuição, pois, com isso, dificultaria a influência de interesses particulares e aumentaria a exigência na qualidade do serviço.