Título da redação:

Crise hídrica ou administrativa?

Tema de redação: Os efeitos da má gestão hídrica no setor energético brasileiro

Redação enviada em 01/08/2017

A má gestão dos recursos hídricos é muito presente no Brasil. Dessa forma, temos uma grande crise hídrica instaurada, em virtude disso, o setor energético, o abastecimento das cidades e a agricultura são indiscutivelmente prejudicados, trazendo consequências econômicas e sociais. Nesse sentido, é possível observar que o setor energético depende principalmente dos recursos hídricos, cerca de 80% da energia vem de hidrelétricas, mesmo que nosso país possua meios de produção alternativos viáveis, como o eólico. De certo, uma crise hídrica afeta negativamente a geração de energia. Outrossim, a crise hídrica é resultado de uma má gestão. Dentro disso, por falta de gerenciamento, no abastecimento das cidades perde-se 37% da água devido às condições das tubulações, uma vez que na Alemanha, onde há maior fiscalização, perde-se apenas 10%. Isso se dá, pois, o Estado é o órgão fiscalizador e aquele que abastece, em outras palavras, o Estado fiscaliza o próprio Estado, não garantindo uma gestão correta. Em consequência disso, em épocas de crise hídrica é possível observar casas que ficam cinco dias sem abastecimento, afetando até mesmo a dignidade. Somando a isso, a agricultura e a indústria utilizam 90% da água disponível. Entretanto, não há fiscalização intensiva, nem projetos que tenham como objetivo reduzir esse gasto. Além disso, não há as fiscalizações necessárias nas áreas de mananciais e sistemas aquáticos, causando a diminuição de nascentes e poluição das bacias. Por conseguinte, o volume de água diminui, atingindo diretamente o setor primário e secundário. É essencial, portanto, que o Poder Legislativo crie leis que obriguem agricultores a utilizar métodos de irrigação localizados e às indústrias deve ser obrigatório o reuso da água e a filtração de efluentes, dessa forma reduzindo o consumo e a contaminação dos mananciais. Ademais, o MME, juntamente com a ANEEL, deve utilizar meios alternativos à geração de energia, não dependendo apenas da água. Para mais, a Agência Reguladora, responsável pela fiscalização de abastecimento de água nas cidades, deve ser coordenada por um órgão diferente daquele que abastece. Dessarte, minimizando os efeitos de uma má gestão.