Título da redação:

A água como propulsora do setor energético

Tema de redação: Os efeitos da má gestão hídrica no setor energético brasileiro

Redação enviada em 24/08/2017

O setor energético ê de fundamental importância para que sejam realizados diversos processos em um país, sejam eles da área econômica, política, social ou industrial. No Brasil, as hidrelétricas, correspondentes a 90% do total de geradores energéticos no país, utilizam água para promover o giro das turbinas que, posteriormente, transformarão a energia cinética em elétrica. Embora seja uma fonte renovável, a má gestão hídrica está causando empecilhos para o efetivo fornecimento de energia às cidades brasileiras, o que torna urgente o estabelecimento de soluções, seja por meio da conscientização do bom uso da água, seja por meio do melhor planejamento de controle dos recursos hídricos. Em um primeiro plano, a população brasileira consubstancia historicamente o uso exacerbado da água. A gênese dessa construção social de descaso com um dos elementos mais importantes para a vida fundamenta-se na percepção de que o país abriga 12% da água doce disponível no planeta junto a falta de conscientização sobre o possível esgotamento desse recurso. Nessa perspectiva, de acordo com dados do Folha de São Paulo sobre o desperdício no Brasil, além dos gastos da população, 37% da água que passa por tratamento é perdida antes de seu consumo principalmente por falhas no sistema de tubulação. Essa dilapidação da água afeta diretamente o volume das represas, o que diminui a produção de energia. Outrossim, em uma segunda análise, é indubitavelmente necessário que a verba pública seja investida em obras mais complexas e menos propícias à falhas. O reservatório do Sistema Cantareira é um dos principais da cidade de São Paulo e está passando por profundas baixas de volume de água devido à falta de controle dos recursos hídricos, além da escassez pluviométrica, o que gera impactos no setor energético. Nesse sentido, a Constituição Federal de 1988 aponta a responsabilidade do Governo Federal em fornecer capitas para investimentos em projetos de obras interestaduais que visem o transporte de água entre hidrelétricas de todo o país. Desse modo, a gestão hídrica será menos hermética. A falta de consciência sobre o bom uso da água e o precário planejamento de controle dos recursos hídricos são, portanto, fatores que contribuem para os efeitos negativos no setor energético brasileiro. Com o propósito de reverter essa realidade, o Poder Executivo Federal, sob forma de Ministério da Ciência e Tecnologia, deve implementar políticas de manutenção das usinas hidrelétricas, modernizando-as por meio de investimentos em obras públicas, a partir de subsídios para que não ocorra falhas em tubulações de fornecimento de água e consequente vazamento. Concomitantemente, as Secretarias de Educação e Cultura, por meio da escola e mídia, devem buscar a consciência dos indivíduos sobre a necessidade de preservação da água, a fim de diminuir os problemas na produção de energia. Dessa forma, a reconstrução de uma sociedade livre de crise energéticas se tornará realidade empírica, não utopia.