A infância é um período fundamental para o desenvolvimento de um indivíduo, pois é a fase em que ele desperta seus sentidos, sua imaginação, suas capacidades e também seus processos cognitivos. No entanto, hodiernamente, percebe-se que esse período está acelerando gradativamente. Os bambinos acabam pulando partes importantes da vida e dão espaço a uma mentalidade adulta. Nesse sentido, é necessário analisar as causas e consequências da erotização infantil. É fundamental destacar, primeiramente, a forma como as crianças são expostas a conteúdos inadequados para a sua idade. Exemplo disso são as letras de músicas que banalizam o sexo e objetificam a mulher, mas também a exposição da criança, sem o devido monitoramento, à programas de televisão e a internet ocasionando assim, o contato dos menores com conteúdos impróprios. Desse modo, a pedagoga Suelí Periotto, doutoranda em Educação pela PUC-SP, defende que, não convém às crianças e os jovens ficarem expostos a algumas programações que apelam, envolvendo-se em uma erotização precoce. A questão midiática e das redes sociais é muito forte, por isso, todo cuidado é pouco. Dessa forma, convém analisar, ainda, o papel dos pais no que se diz respeito ao incentivo a erotização precoce. É comum que os adultos incentivem as crianças, seja como forma de entretenimento ou com perguntas, a ter comportamentos que fazem parte do mundo maduro, como namoros e beijos na boca. Além disso, é comum também o estimulo a cantar e dançar utilizando de gestos impróprios, o uso de maquiagem, salto alto e que se vistam como "gente grande". O vídeo da menina conhecida como Melody, de apenas oito anos, dançando sensualmente em um palco durante um show de funk ao lado do próprio pai, que pede aplausos do público para a "novinha", representa esse comportamento. Nesse contexto, ao pular etapas da infância priva-se a criança de se entregar a amizade de forma autêntica e espontânea, o que é fundamental para que elas desenvolvam companheirismo, respeito e carinho ademais, sem esse cuidado, o brincar fica comprometido, bem como as interações com o outro e o mundo ao seu redor, interferindo também no seu desenvolvimento pleno e saudável. Sendo assim, fica claro que a erotização infantil no Brasil precisa ser obstada. É papel do Governo Federal, através de investimentos em setores de investigação e campanhas educativas, garantir os direitos previstos em constituição, buscando punir os casos de erotização infantil, além de delimitar conteúdos impróprios na internet e em canais televisivos, com o objetivo de garantir uma infância mais saudável. Além disso, cabe ao meio midiático e as instituições de ensino promover campanhas e debates a fim de combater a erotização infantil e expor seus efeitos, alertando assim, os familiares.