A infância é um período fundamental para o desenvolvimento de um indivíduo, porque é a fase em que ele desperta sentidos, imaginações e também seus processos cognitivos. Ao analisar a situação vigente no Brasil, nota-se que o que ocorre é uma aceleração desse período, conhecido como "adultização" ou erotização da criança, que pode gerar sérias consequências, como a perda da infância. Em uma primeira abordagem, é necessário analisar as causas da problemática. De acordo com o sociólogo Émille Durkhein, o meio influencia o comportamento humano. Tendo isso em vista, percebe-se que se uma criança vive em uma família que incentiva a "adultização", ela irá apresentar esse comportamento, devido à convivência em grupo. A forma de se vestir, o uso de cosméticos e acessórios são claros exemplos da erotização da criança, que pode ser ampliado pelas famílias, visto que elas são fábricas que produzem personalidades humanas, assim como disse Talcott Parsons. Ou seja, a criança deixa de viver a infância devido à aceleração forçada desse período pelos adultos. Outrossim, destacam-se os problemas da temática. Segundo a lei Newtoniana, para toda ação, existe uma reação. Com a erotização infantil não é diferente, e o que se percebe no Brasil é um número alarmante de crianças que buscam se encaixar na vida que os adultos levam, principalmente no que se refere à vida sexual. Os dados do IBGE, em que mostra que mais de 20 mil crianças e adolescentes já tiveram filhos, certamente evidencia a questão. Dessa forma, os pequenos de hoje, devido ao contato adiantado com conteúdos inadequados que despertam a curiosidade-por meio das redes sociais e televisão-, deixam de viver uma infância plena, que deveria ser de brincadeiras e assuntos que condizem com o momento. Destarte, o monitoramento do que a criança está acessando é uma necessidade. Fica claro, portanto, que a erotização infantil tem sido alarmante no Brasil, e que é de extrema importância a solução desse problema. Nesse sentido, cabe ao Ministério da Educação, em parceria com os canais midiáticos, promover propagandas, por intermédio das redes televisivas e sociais da internet, com a finalidade de alertar os pais brasileiros acerca das consequências da adultização de uma criança, e assim, reduzir a influência negativa que uma família pode exercer sobre ela. Ademais, o Ministério da Comunicação tem o papel de fiscalizar os canais de televisão-abertos ou fechados-, como forma de punir àqueles que não apresentem classificação indicativa, e os que possuem conteúdo para adultos que são exibidos em horários que uma criança pode ter contato. Dessa maneira, o Brasil pode proteger as crianças do mundo adulto que pode prejudicar seu desenvolvimento.