De acordo com o artigo 3º do Estatuto da Criança e do Adolescente, é inerente aos mesmos a necessidade de atenção e extremo cuidado. Contemporaneamente, com a expansão de redes sociais e o surgimento de novas culturas, a infância se torna vítima devido a um intenso processo de erotização, afetando diretamente na fase mais importante do desenvolvimento humano. Dessa forma, compreender os motivos de tal problemática urge como uma intensa necessidade social, a exposição infantil exagerada e a deficiência no papel educador surgem, indubitavelmente, como canalizadores desse panorama. Em primeiro plano, a exposição de crianças em eventos para adultos e em redes sociais se tornam um fator preocupante. É notável no país a presença de menores adotando comportamentos não condizentes com a idade, violentando o direito à infância e prejudicando a sua vida. Nesse contexto, o debate criado sobre as apresentações da "Mc Melody", uma criança de apenas 8 anos que canta e encena ritmos de funk, despertou no brasileiro um senso crítico. Para a psicóloga Sandra Santos, a sexualidade precoce pode trazer uma série de prejuízos para o desenvolvimento saudável, evidenciando a necessidade de ações preventivas. Além disso, o despreparo de educadores também esta diretamente relacionado com a causa do problema. Com o amplo acesso à redes sociais e a consequente exposição a conteúdos adultos, é papel do educador fiscalizar e orientar crianças sobre os perigos existentes. Outrossim, educar é auxiliar a correta formação de um cidadão, buscando esclarecer etapas do desenvolvimento como a sexualidade, evitando o contato com conteúdos eróticos, como letras de funk indecentes e filmes inadequados. Para o filósofo Immanuel Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele, logo, é imprescindível para a sociedade uma boa educação, visando a construção de um país melhor. Infere-se, portanto, que o Governo e as mídias cooperem para combater a erotização infantil. Cabe ao Governo Federal, por meio de investimentos em setores de investigação e campanhas educativas, garantir os direitos previstos em constituição, buscando localizar e punir os casos de erotização infantil, além de restringir conteúdo inapropriado em redes sociais e canais televisivos, com o intuito de garantir uma infância digna. Além disso, ações em mídias como rádio e televisão devem, em paralelo, salientar o importante papel do educador na formação de um ser humano. Assim, o alcance e a eficiência dessas ações serão relevantes conquistas, de modo que exista uma transformação viva, ética e efetiva.