Segundo o sociólogo Joseph Fichter, Instituições sociais são a coesão de atos e ideias estruturadas as quais visam suprir as necessidades básicas da sociedade. Entretanto, é evidente o modo pelo qual as Instituições Sociais são deturpadas em sua aplicação, visto que, a erotização infantil é intrínseco à sociedade brasileira. Em uma análise psicanalítica do início do século XX, freud defendeu a existência da sexualidade infantil. A criança reproduz, inconscientemente, atos sexuais naturais que são imprescindíveis a um bom desenvolvimento. Exemplo disso é a obra de Jorge Amado, “ Gabriela Cravo e Canela”, cuja personagem, apesar de adulta, demonstra a condição na qual a sexualidade natural é sobreposta à consciência de moralidade. Nessa perspectiva, o impasse ocorre na deturpação da teoria freudiana, tanto na repressão da sexualidade - pois o desconhecimento provoca curiosidade e riscos, como a gravidez indesejada - quanto o estímulo erotizado, que priva da infância legítima. Nesse ínterim, de maneira análoga a países como a Índia, onde meninas são trocadas por animais e outros favores, no Brasil, não obstante, muitas crianças de 12 anos são coagidas pelos próprios pais a iniciar a vida sexual cedo, o que dificulta nas investigações policiais. Isso se dá por uma questão de Fato Social, como propõe o Sociólogo Durkheim, na qual essa reprodução é produto da herança errônea e decadente em que a mulher é “coisificada” desde a infância. É perceptível, portanto, que a erotização infantil é institucionalizada. Devido a isso, faz-se necessária a criação, por parte do Ministério de Segurança pública, de delegacias especializadas em abuso sexual infantil, tendo como base denúncias anônimas, a fim de combater a coerção familiar. Ademais, o Ministério da Saúde aliado ao Ministério da Educação deve promover nas escolas palestras de orientação sexual e ética familiar, com o intuito de esclarecer abusos. Dessa forma, as instituições cumprirão a proposta josefiniana.