No Princípio II da Declaração Universal dos Direitos da Criança, criada pela ONU em 1959, garante o direito a especial proteção para o desenvolvimento físico, mental e social dos infantes. Contudo, há no Brasil um desrespeito a esses preceitos, visto que a erotização infantil na sociedade brasileira é uma triste realidade, e seus efeitos comprometem cada vez mais a existência de uma infância saudável. Mormente, é sabido o poder influenciador da mídia sobre as crianças e progressivamente anúncios publicitários inoculam de forma sutil a erotização infantil, mostrando, com frequência, crianças usando acessórios de adultos. Isso, afeta, principalmente, as meninas que cada vez mais cedo estão se envolvendo com imagens da moda que estimulam elas a serem ''sexy'', as roupas projetam uma sexualidade adulta, erotizada. Os efeitos disso são amplamente percebidos na sociedade, pois crianças estão iniciando precocemente a atividade sexual, e por consequência o índice de gravidez na infância é extremamente alto, o que promove a prematura chegada a vida adulta e compromete o desenvolvimento de um futuro mais promissor. Dessa maneira, para o psicanalista Freud, o trauma é um transtorno, um atropelamento, um excesso de efeitos prejudiciais e duradouros na organização psíquica do sujeito. Sendo assim, a erotização precoce é um fenômeno de natureza traumática, gerada por situações de acionamento dos impulsos sexuais de maneira inapropriada. O que conduz a criança a entrar no mundo sexual adulto muito precocemente , atropelando fases do amadurecimento e desenvolvimento, prejudicando o processo de aprendizagem efetiva dos pequenos, acarretando em um brutal desrespeito ao Direito Universal da Criança. Fica evidente, portanto, que os efeitos da erotização infantil são extremamente graves para o desenvolvimento das crianças, e pode comprometer seu futuro. Logo, urge, uma mudança comportamental de toda a sociedade em prol da proteção da infância. Primeiramente, é essencial que o CONAR aumente as fiscalizações em relação as publicidades que envolvem crianças e o PROCON aplique multas mais severas para empresas que praticarem a erotização infantil nas propagandas. Ademais, é de suma importância que o Ministério da Educação promova uma educação coletiva, por meio da mídia, sobre os perigos da erotização infantil, com debates em rádios e programas de tv para promover uma conscientização da população com relação a proteção da infância.