No ilustre filme da Marvel, “Guardiões da Galáxia”, um dos protagonistas, chamado Peter Quill, é raptado por saqueadores do espaço logo na sua infância. Desde então, Peter é logo incorporado à vida adulta, contribuindo, desde cedo, com ações tirânicas dos saqueadores. Tal, situação assemelha-se ao processo contemporâneo de erotização infantil no Brasil que acarreta vários problemas para o desenvolvimento das crianças. Nesse contexto, deve-se analisar as consequências do precoce encaminhamento de crianças ao mercado de trabalho e a questão da vulnerabilidade de crianças e adolescentes. A priori, como é percebido durante a leitura de “Menino do Mato”, de Manoel de Barros, a imaginação infantil é uma dádiva capaz de estimular o senso crítico do ser humano acerca do Mundo. Contudo, esse hábito maiêutico de indagação é desestimulado ao inserir a criança, logo cedo, no mercado de trabalho afim, somente de favorecer o sistema capitalista vigente. Exemplo disso é o de Maísa – Blogueira e ex-apresentadora do programa “Bom Dia e Companhia”, do SBT – que foi contratada no auge de sua infância. Sendo assim, nota-se que a precoce inserção de crianças no mercado de trabalho é uma violação à infância e ao senso crítico do ser humano. Outrossim, é válido salientar que, conforme Nejm, diretor de Prevenção e Atendimento da SaferNet Brasil, a criança que sofre de negligenciamento familiar se torna extremamente vulnerável à propostas atrozes de pessoas mal intencionadas. Sobre isso, cabe-se afirmar que a maioria dos pais educadores negligenciam as relações imprescindíveis para uma eficaz educação dos filhos, como discorre Zygmunt Bauman, em sua obra “Modernidade Líquida”, a respeito da liquidez das relações pós-modernas. Além disso, em consequência dessa omissão familiar, a criança, desprovida de orientação, é sujeita a adentrar no mercado de prostituição e aliciamento sexual, como também afirma Nejm. Torna-se evidente, portanto, que o processo de erotização infantil precisa ser combatido no Brasil. Para isso, o Governo Federal deve viabilizar a criação de Grupos de Fiscalização Móveis para localizar e punir indivíduos que incorporam o trabalho infantil nos estabelecimentos. Ademais, o MEC (Ministério da Educação), em parceria com as escolas, deve elaborar palestras, acerca da omissão familiar na vida das crianças e adolescentes, a fim de conscientizar os educadores a cerca da importância da educação primária infantil. Desse modo, crianças, como Peter Quill, não serão coagidas e mal direcionadas na vida.