Título da redação:

Pseudoadultos

Tema de redação: Os efeitos da erotização infantil no Brasil

Redação enviada em 01/06/2018

Segundo a corrente filosófica do Empirismo, o indivíduo adquire conhecimentos a partir de experiências sensíveis, como a audição e a visão. Nesse sentido, é justificável que a erotização infantil no Estado brasileiro está vinculada às percepções corriqueiras sensíveis que se encontram banalizadas tanto pela mídia quanto por grande parte dos pais. Dessa maneira, a discussão do problema em questão é de extrema importância. Nesse ângulo, observa-se que os meios de comunicação são agentes que influenciam o impasse. A existência de conteúdos infantis que estimulam a naturalização do “namorinho”, o uso de maquiagem, salto alto e se vestir analogamente aos adultos – como desenhos da Barbie e episódios do seriado Chaves – promove a “adultização” e erotização precoce das crianças porque a experiência sensível midiática que tiveram interfere nesse comportamento. Destarte, com tais eventos, a inocência do mundo infantil é substituída pelas preocupações do universo adulto, como os estereótipos de beleza e a busca sexual precoce. Sob outro ponto de vista, o fenômeno também é observado a partir de pais que negligenciam o acesso das crianças a conteúdos inapropriados à idade. Nessa perspectiva, é comum se deparar com pais que aceitam o fato dos filhos terem experiência empírica por meio de cenas eróticas em filmes e novelas – o que se configura como um grande problema. Assim sendo, esses indivíduos vulneráveis ficam propensos a querer reproduzir a situação porque, antropologicamente, a pessoa é fruto do processo de socialização. Dessa forma, nesse mundo tecnológico, a atuação de pedófilos em redes sociais é facilitada, haja vista que a curiosidade pelos atos sexuais se encontra implantada na imaginação infantil. Fica evidente, portanto, que a erotização infantil no Brasil tem efeitos drásticos que devastam a inocência dessa fase do desenvolvimento humano. Sendo assim, é preciso que os pais mudem o comportamento diante da problemática, por meio da proibição do acesso a conteúdos adultos e adoção do incentivo à prática de brincadeiras e consumo de literatura infantil, para que a pureza das crianças seja conservada. Além disso, é de suma importância que o Ministério da Comunicação, juntamente com o Ministério da Saúde, fiscalize rigorosamente os conteúdos midiáticos destinados ao público infantil, a fim de preservar a integridade e as saúdes mental e comportamental desses consumidores. Assim, com essas ações, poder-se-á um dia impedir a continuidade da erotização infantil no Brasil.