A infância é um período que vai de 0 a 12 anos de idade e que é extremamente importante para o desenvolvimento do ser humano. Nessa fase, o indivíduo em formação ainda não tem a capacidade de analisar criticamente muito dos acontecimentos ao seu redor, sendo facilmente influenciável e persuadido pelo contexto em que está incluso. Contudo, se esse contexto o direciona para uma influência da indução de comportamentos sexualizados, incitando um desenvolvimento precoce da sexualidade e interrompimento imaturo da infância, que é o que a erotização infantil retrata, torna-se necessário a discussão sobre a problemática. Os estímulos ao desenvolvimento precoce da sexualidade estão difundidos mesmo que indiretamente na sociedade, contudo, apresentam-se mais diretamente ligadas à influência midíatica nos infantes. Segundo Ivna Cardoso, as propagandas e a mídia incitam que as crianças amadureçam rápido e ajam como adultos. E isso se torna muito perceptível quando observa-se o vestuário que a indústria faz para as crianças é um vestuário de “mini-adulto”, quando há o incentivo para que meninas se maqueiem cedo, e se relacionem cedo. Ademais, também podemos citar que os programas de televisão e os ídolos mirins também exercem grande influência nas crianças. O comportamento exposto por eles se torna um espelho a ser seguido pelos infantes. Recentemente, a atriz mirim de 13 anos, Millie Brown, foi julgada por vestir-se com roupas muito adultas e sensuais para a sua idade. Contudo, a mesma mídia que a julga por isso também tinha a colocado como uma das razões porquê a televisão teria ficado mais sexy, sendo ela apenas uma criança. Pode-se assim afirmar que, o que por muitos é incentivado ou considerado normal para uma criança, vestir-se como adulto, vêm da premissa errônea de que as crianças querem ser adultas, e isso não é verdade, elas são expostas a um cenário, principalmente, em que precisam ser sensuais e bonitas para serem aceitas na sociedade. Esse cenário cria para a criança a perda de sua infância, e pode acarretar em problemas psicológicos, e outros problemas como a gravidez precoce, a banalização do sexo e até mesmo a aumento de casos de pedofilia. Portanto, a criança, que é um ser em processo de formação de caráter e de aprendizado não deve ser exposto a esse horrível fenômeno. As influências em que ela é exposta precisam ser supervisionadas pelos responsáveis dela, concerne a família orientar o que deve ou não ser visto pelos infantes, e além de supervionar, a família deve manter uma comunicação saudável que explique as crianças os efeitos dessa erotização e adultização. Outra medida que pode ser tomada é a implementação pelo Governo Federal aliado ao MEC, de uma disciplina que aborde o tema de sexualidade para o entendimento do próprio corpo e de seu desenvolvimento. Somente assim as crianças poderão aproveitar essa fase maravilhosa e ser o que devem ser: crianças.