Segundo Émile Durkheim, sociólogo francês, as instituições sociais são mecanismos de organização da sociedade, em que a família e a mídia são parte dessas e possuem importância fulcral na proteção e transmissão de valores para as crianças. Não obstante, a assistência infantil no que concerne ao combate da erotização precoce é um desafio a ser enfrentado no Brasil. Isso se evidencia não só pelo desamparo familiar na elucidação desses menores, mas também pela negligência da mídia em expo-los a contextos de erotização inadequada para suas faixas de idade. No que se refere ao papel da família, esclarecer as crianças acerca da sexualidade é fundamental no combate da erotização juvenil. Segundo estudos publicados pelo jornal Folha de S.Paulo, a infância é um período imprescindível para o desenvolvimento de um indivíduo, uma vez que estão em formação os processos cognitivos; assim, nenhuma fase deve ser pulada. Contudo, nota-se crianças com comportamentos sexuais de adultos, expressados, por exemplo, em danças sensuais, devido à falta de diálogo dos pais sobre os prejuízos dessa exposição precoce, como a vulnerabilidade a assédios e eventuais problemas de autoestima na fase adulta. Diante disso, é indiscutível a necessidade da diligência familiar no combate à erotização infantil. Além disso, a mídia expõe de forma inadequada a questão da sexualidade, a qual afeta indivíduos que não possuem discernimento adequado diante de tais exibições. Segundo Imannuel Kant, em sua teoria do Imperativo Categórico, os indivíduos devem ser tratadas não como coisas que possuem valor, mas como pessoa que têm dignidade. Destarte, a utilização da mídia de cenas eróticas a um público inapropriado desrespeita o preceito do pensamento, na medida em que diminui a infância, pelo contato com conteúdo adulto, porém, sem estrutura física e emocional para isso. Diante disso, é inadmissível que uma instituição com relevante dever na formação social possa cometer tal imprudência. Fica claro, portanto, que a erotização infantil é um problema a ser debatido de forma mais organizada na sociedade. Logo, a mídia deve criar programas de seleção dos conteúdos que serão apresentados, por meio de regulação de horários para determinados programas e prévia avaliação das transmissões, com equipes especializadas para essa função. Espera-se, com isso, que a exposição precoce à erotização seja mitigada.