Erotização infantil: violência camuflada e infância perdida A erotização infantil consiste em sexualizar o corpo e comportamento das crianças, criando uma atmosfera onde elas são tratadas e induzidas a agir como um adulto. Apesar de a prática ser julgada como crime e abominada majoritariamente em diversos países, incluindo o Brasil, ainda é comum encontrar crianças sendo submetidas à situações vexatórias e abusivas, nas quais sua vulnerabilidade é explorada e transformada em desejo e entretenimento. A erotização infantil recai, sobretudo, entre as meninas e esse fato remete às raízes históricas e sociológicas do país. A sociedade brasileira, profundamente marcada pela misoginia, reprimia as liberdades individuais femininas, principalmente no quesito sexual, já que, enxergavam-se as mulheres como propriedades dos homens. No plano cultural, ao mesmo tempo em que tinham sua sexualidade reprimida, seus corpos eram explorados e hiperssexualizados pela mídia. Assim, o corpo feminino é comumente tratado como objeto e as meninas se tornam os alvos prediletos. Paralelamente, devido à negligência do Estado e a precariedade da segurança pública, as leis não são aplicadas de forma eficaz, contribuindo para que os responsáveis saiam impunes. A sociedade, por sua vez, acaba por não denunciar o crime, pois sabe que nada será resolvido. Como consequências, essas crianças têm sua infância usurpada e, o que era para ser uma etapa da vida de aprendizado e criação de valores, acaba por se transformar em memórias de manipulação e abuso. Além disso, esse cenário caótico contribui para o aparecimento de pedófilos, tornando tudo ainda mais perigoso para as crianças. Portanto, com o objetivo de proteger os direitos e integridade das crianças, são necessárias ações governamentais em conjunto com a sociedade. O Governo Federal deve criar e reforçar leis já existentes, para que punam com eficácia os responsáveis pela exposição de caráter sexual de crianças e adolescentes. Para que essa medida seja cumprida, ele deve apoiar e investir em órgãos que defendam a causa, como o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e a polícia militar. O Governo Estadual de cada região deve criar mecanismos que facilitem a denuncia desse tipo de crime, como o “disque denuncia”, ao passe que incentive a população a denunciar por meio de mutirões, palestras e campanhas vinculadas às mídias e redes sociais. Assim, futuramente, as crianças terão sua infância, direitos, dignidade e inocência preservados.