Na contemporaneidade, um dos assuntos de extrema relevância que permeia a sociedade brasileira, porém, pouco discutida é a problemática da erotização infantil. Tal fenômeno se caracteriza por práticas que expõem crianças a conteúdos não correspondentes com sua faixa etária. Nesse sentido, nota-se que essa adultização feita de forma antecipada e precoce, pode levar a sérias consequências, uma vez que o período da infância é fundamental para o desenvolvimento, aprendizagem e construção moral e social do indivíduo. É possível afirmar que o período da infância vem sendo cada vez mais acelerado. Sendo assim, as crianças acabam envolvidas em um universo adulto, em que a mídia através de filmes, novelas e propagandas, reproduzem estímulos repletos de conteúdos inapropriados, que de forma silenciosa gera impactos irreversíveis, como interpretações equivocadas a cerca da sexualidade, causando marcas importantes nessa fase da vida. Somando a isso, a falta de clareza sobre o assunto, conscientização e imposição de limites por parte dos pais acabam tornando esse ato banalizado. Além disso, convém frisar que as crianças apreendem tudo que vivenciam, observam e escutam principalmente com os comportamentos que absorvem dos adultos, traço disso, está na reprodução daquilo que muitas das vezes é excitado em seu cotidiano como, por exemplo, quando se estimula uma criança a cantar e dançar utilizando gestos impróprios, usar maquiagem inadequada para idade. Como resultado, temos uma sociedade em que a erotização infantil produz vítimas da sexualização precoce, e assim podendo ser um caminho para o abuso. Sendo assim, para sanar esse impasse é imprescindível que o Governo, tenha como meta a prevenção a erotização infantil. Desse modo, o primeiro passo é conscientização da sociedade, assim como os pais e familiares, através de cursos e palestras que mostrem a importância da infância na vida de uma criança, e como trabalhar a sexualidade, visto que a mesma é inata ao ser humano e precisa ser estimulada de forma saudável. Com isso, também faz se necessário garantir a jurisprudência, com a efetivação de leis que proíbam qualquer publicidade e propaganda que possa gerar prejuízos para esse grupo, principalmente na mídia em horários comerciais. Por fim, a partir de mudanças que começam por aqueles que devem proteger o menor, será possível construir um país justo e de respeito.