Título da redação:

Erotização infantil e a tolerância social

Tema de redação: Os efeitos da erotização infantil no Brasil

Redação enviada em 30/05/2018

Platão afirma ser a “polis”, cidade com leis e instituições, a responsável pelo cuidado total da criança. É uma premissa indiscutível: As crianças aprendem com o que vivenciam. A erotização infantil é fruto da exposição das mentes em desenvolvimento aos deturpados valores promovidos tanto pela mídia, quanto pela corrupção moral da família. Consequentemente, a inocência roubada confere a criança uma saúde mental frágil e a antecipação de experiências sexuais, que regularmente, consolidam-se em relacionamentos abusivos. As influências que desmantelam o universo infanto-juvenil são diversas. A mídia atua através da propaganda, seguindo os moldes da manipulação do consumo, propostos por Edward Bernays, para antecipar o desenvolvimento sexual. Destarte, a sexualidade, inata ao ser humano, quando precoce, dissipa os limites entre carinho e abuso. Um relatório publicado pela OMS e UNICEF em 2018 alerta: O Brasil possui altos índices de gravidez na adolescência, cuja causa, entre muitas, é a violência sexual contra meninas. Torna-se, então, indispensável recuperar a concepção de criança, perdida dentro do papel social do adulto. Um dos significados iniciais de “Cultura” é: A educação do espírito da criança para que se torne um membro ativo na sociedade. Piaget defende o desenvolvimento mental da criança em fases de evolução do raciocínio. A erotização infantil consiste em pular fases essenciais a progressão da moral na criança, que invariavelmente, se tornará um adulto de autoestima baixa e infância curta. Cabe a família lutar contra a banalização do sexo e das relações afetivas ao estar presente na educação sexual da criança. É imprescindível quebrar a tolerância social a erotização infantil. Para tanto, é fundamental a participação da mídia, ao movimentar-se contra a produção e a veiculação de modas, gestos e danças que provocam a sexualização precoce da criança. Em parceria com a mídia, o Estado deve atuar para preservar e proteger a infância, sendo assim, a fiscalização dos órgãos públicos faz-se essencial para punir os agentes causadores. Ademais, a família deve estabelecer-se como um ambiente estruturado e capaz de fornecer à criança liberdade para conhecer o seu corpo, e sobretudo, com o apoio da Escola, por intermédio de palestras patrocinadas pelo MEC, a educação suficiente para a evolução saudável de sua sexualidade.