Título da redação:

Educar como forma de Proteger

Tema de redação: Os efeitos da erotização infantil no Brasil

Redação enviada em 21/05/2018

O Brasil é um país que carece de investimentos em educação. Essa deficiência deixa os adultos e, consequentemente, seus filhos, expostos aos ditames da mídia e da sociedade de consumo. Falta-lhes uma consciência crítica diante de tudo o que é veiculado nos meios de comunicação e da necessidade de adquirir determinados produtos. Assim, investir em educação será essencial para gerar uma massa consciente e questionadora das informações veiculadas pela mídia – dentre elas, a erotização infantil. Como já foi dito, a erotização e pornografia infantis são causadas pela qualidade deficiente de ensino no país e também pela necessidade midiática e capitalista de ‘coisificar’ as pessoas com o intuito de vender mais. Segundo Marx, o capitalismo desumaniza os indivíduos, na medida em que os enxerga como meios para atingir maior produção, aumentando os seus lucros. Desse modo, as crianças se tornam uma parcela que pode contribuir significativamente para o aumento das vendas de roupas, músicas, programas e produtos. Além disso, não possuem discernimento para entender com clareza o que lhes está sendo apresentado. Como resultado, muitas crianças e jovens consomem produtos que não são apropriados para sua faixa etária apenas para gerar mais lucros à indústria. Ao longo do dia, crianças assistem programas televisivos de forte conteúdo sensual e adulto. Por meio da internet e das redes sociais têm acesso a todo tipo de informação – inclusive informações sobre sexo ou notícias falsas. Isso, como dizia Jean Piaget, prejudica as etapas sequenciais de desenvolvimento e a formação moral das crianças. Elas, então, passam a ver como normais práticas obscenas, prostituição, sexo precoce e poses sensuais. Esse quadro só poderia se reverter mediante a expedição de um código de ética pela própria mídia. Hoje já existe o CONAR, Conselho Nacional de Auto-regulamentação publicitária que disciplina o setor publicitário, mas além dele, necessita-se estender regras de conduta às redes de televisão e sociais, por meio da criação - pela sociedade, Estado ou pela própria mídia - de conselhos próprios para estes setores. Por outro lado, o Estado deve veicular constantes campanhas educativas dirigidas aos pais, especialmente, aos que possuem menos escolaridade. E, finalmente, o assunto deve ser discutido nas escolas pelos professores juntamente com seus alunos. Por fim, ao longo da vida, somente um processo eficiente de escolarização vinculado à leitura, poderá formar melhor o cidadão de modo que, tanto ele como seus filhos, possam assumir hábitos conscientes, posturas críticas e práticas saudáveis no que diz respeito à formação da família.