Título da redação:

Criança não namora - nem de brincadeira

Tema de redação: Os efeitos da erotização infantil no Brasil

Redação enviada em 22/07/2018

Já no século XX, Sigmund Freud, médico fundador da Psicanálise, elucidava a teoria da sexualidade. Para ele, toda criança, de acordo com a faixa etária, naturalmente passaria pelas fases de evolução sexual, importante para a formação do indivíduo. No entanto, o que se observa hodiernamente no Brasil são infantes pulando as etapas e antecipando demasiadamente o fim infância, sob influência músico-midiática e/ou omissão paternal. De acordo com Francis Bacon, filósofo inglês, os jovens estão mais aptos a inventar que a julgar e a executar que a aconselhar. Diante disso, nota-se que crianças e jovens vivem um processo de aprendizagem no decorrer da vida, especialmente, com letras de alguns "funks", que cantam de forma indiscreta o incentivo a movimentos eróticos, tornando-os naturais. A mídia remete igualmente à sexualidade em diversas propagandas e novelas, relacionando-se, no Brasil, aos mais de 68,4 bebês nascidos de cada mil mães adolescentes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, frutos da prematuridade da erotização infantil. É indubitável a importância da família no desenvolvimento da criança. Entretanto, em um contexto no qual a inocência já foi perdida, é primordial que os pais também atentem para os estímulos externos – locais, músicas, canais de TV e sites - que o filho recebe, uma vez que sua negligência pode acabar mantendo as tristes estatísticas do Ministério da Saúde, em 2017, no tocante ao aumento das doenças sexualmente transmissíveis em indivíduos muito jovens. Guiado pela curiosidade e devido ao desconhecimento quanto à proteção, há a possibilidade de o “novinho” contrair AIDS, cujo impacto é para o resto de sua existência. Fica claro, portanto, que a erotização na puerícia é uma questão social e precisa da participação conjunta de agentes transformadores. Além dos pais, já supracitados, em relação ao alcance de mídias e músicas apelativas, a elaboração e regulamentação de leis e artigos que abordem esse problema no Estatuto da Criança e do Adolescentes, com vistas à punição financeira aos incentivadores da prática do erotismo infantil pelo Poder Executivo, de maneira enérgica. Assim sendo, se teria na prática que criança não namora – nem de brincadeira.