O acesso ao conteúdo adulto, à aceleração de fases essenciais e a violação de direitos da criança. Assim se concebem alguns dos aspectos da erotização infantil no Brasil. Se, por um lado, o Estatuto da Criança e do Adolescente estabelece o direito do jovem de brincar, por outro, parte das crianças estão sendo adultizadas. Nessa dinâmica, cabe a análise de duas vertentes sobre essa questão: a independência precoce e a indústria midiática, ambas influenciando na erotização infantil. Nos anos de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, as mulheres receberam o direito de votar, o que impulsionou uma maior inclusão do sexo feminino no âmbito trabalhista. Desse modo, da mesma maneira que grande parte das mães adotaram uma rotina menos flexível, em relação aos cuidados dos filhos, essas crianças passaram a ter uma agenda lotada, com aulas de natação, de reforço e ou outras atividades, por exemplo. Nesse cenário, o que também se pode destacar é a maior liberdade das crianças sobre os meios de comunicação, o que possibilita a facilidade no acesso aos conteúdos incompatíveis com a idade. Essas situações que as crianças estão expostas geram prejuízos, no que tange ao tempo de lazer e na inocência da infância. No mesmo viés, além do acesso aos conteúdos inapropriados e a adultização precoce, parte dos meios midiáticos promove a erotização infantil, um desses exemplos é a revista “Vogue” que publicou, em uma das suas edições, um ensaio de fotos de crianças com poses sensuais e com roupas incompatíveis com as faixas etárias. Em relação ao destaque da revista e no que diz respeito à potencialização do erotismo na infância, as crianças pela falta de certas concepções e de maturidade podem assimilar como correto à sensualidade dessas modelos mirins, o que gera a perca da ingenuidade nas brincadeiras e a disseminação do interesse por assuntos de adultos. Em razão disso, é necessário que nas escolas ocorram cursos bimestrais, direcionados aos professores das classes primárias, sobre brincadeiras, que possam ser repassadas para os alunos, as quais exemplifiquem sobre atividades relacionadas aos adultos e as crianças, o que promove o entendimento das crianças diante a necessidade do processo infantil. Juntamente com a escola, os responsáveis devem estabelecer um controle em relação aos meios de comunicação e aos programas de televisão para ensinar as crianças de que cada conteúdo corresponde à determinada idade.