Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 28/02/2019

A sociedade brasileira do século XXI é marcada por diversas conquistas advindas da luta de parcelas minoritárias da população durante o século XX. Entretanto, apesar disso, pouco foi discutido acerca do autismo, um transtorno que atinge ao menos dois milhões de brasileiros, segundo dados recentes da Universidade de São Paulo. Assim, é imprescindível analisar os desafios das esferas educacionais e sociais que tal parcela minoritária da população enfrenta. É fundamental destacar, a princípio, que os dilemas acerca do autismo começam durante a infância. Isso porque é notório que o despreparo das escolas submete os portadores de autismo a situações que não permitem sua plena adaptação, como a ausência de profissionais de apoio individualizado e o preconceito dos outros alunos. Por conseguinte, por receio de situações como essa, muitos pais não permitem a ida dos filhos autistas ao colégio, o que intensifica a exclusão dessas pessoas e a discriminação por parte da sociedade, por não terem um contato frequente com elas. Além disso, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, a incapacidade cognitiva e a dificuldade no relacionamento interpessoal do autista, levam à alteração da dinâmica familiar, aumentando os níveis de estresse, podendo impactar na qualidade de vida de todos os membros da família e é agravado pelo não desenvolvimento correto do indivíduo. Ademais, durante a fase adulta há o reflexo da situação escolar no meio profissional. Nesse sentido, a discriminação sofrida no âmbito estudantil se repete em relação ao trabalho, o que potencializa a dificuldade de inserção desses indivíduos na sociedade. Segundo Max Weber, o trabalho é algo inerente à formação das sociedades e nele se baseia o desenvolvimento da cidadania. Sob esse aspecto, se um indivíduo não é parte do âmbito trabalhista, não é também parte da sociedade e não exerce sua cidadania. Por conseguinte, a ausência de medidas eficazes prejudica os autistas nas diversas esferas sociais. Em vista dos fatos, é indiscutível que os autistas sofrem com as dificuldades impostas e, por isso, tem seu desenvolvimento social lesado. Para reverter esse cenário, é imprescindível que o Ministério da Educação disponibilize profissionais qualificados para amparar os jovens autistas nas escolas, a fim de auxiliar na inserção desses indivíduos no contexto social. Por fim, cabe ao Ministério da Saúde promover campanhas de conscientização para a sociedade civil, que deverá seguir as orientações acerca do respeito aos autistas e dos cuidados necessários aos mesmos. Somente assim será possível, inserir essa minoria na sociedade de forma adequada.