Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 19/11/2018

Em sua obra “Banalidade do mal”, a filósofa Hannah Arendt relata sobre a naturalização de ideias preconcebidas errôneas e o fomento ao senso comum por meio dessa realidade. Essa análise, pode amplamente ser relacionada à questão dos dilemas enfrentados pelas pessoas autistas na sociedade contemporânea, já que esse fenômeno advém de uma cultura histórica de aversão a seres que fogem do padrão imposto e consequentemente banalização desse problema. Assim, entre os fatores que contribuem para que esse quadro se solidifique, estão a falta de visibilidade social juntamente ao exigido pelo sistema capitalista dos seres humanos. Primeiramente, é perceptível que uma prática cultural de negação ao convívio mútuo entres seres considerados normais e autistas é um agravante na atualidade. Isso ocorre, pois pessoas que não tem qualquer contato com esse dilema acabam negligenciando indivíduos com autismo, visto que não possuem uma percepção sobre a real importância desse tema e não entendem as limitações outorgadas por essa vivência psíquica. Como resultado disso, aqueles que são vistos como anormais pela sociedade acabam sendo excluídos de diversas oportunidades que poderiam ser disponibilizadas com um incentivo coletivo, como práticas de esportes, por exemplo. Paralelamente a isso, está o livro “O Filho Eterno”, que demonstra os reflexos de uma cultura preconceituosa social na vida de um garoto com dificuldades de aceitação de suas características perante seus próprios familiares, demonstrando o emblema persistente no século XXI. Além disso, outro fator que contribui para problematizar o convívio coletivo de autistas é o vislumbrado pelo capitalismo. Tal situação origina-se de um viés culturalmente instituído que recusa a aceitação de pessoas que não podem oferecer seus serviços máximos para uma sociedade que visa o lucro exarcebadamente, acarretando uma ideia de naturalidade na extrema distinção com seres que não se enquadram no idealizado historicamente. Exemplo claro desse processo é o defendido pelo político Konrad Adenauer, para quem “ Vivemos todos sob o mesmo céu, mas nem todos temos o mesmo horizonte”, sendo uma representação da marginalização que as massas autistas sofrem por não se portarem como as convenções sociais exigem e buscarem um escapismo dentro de si mesmos. Diante desse cenário, mais importante que combater isoladamente os fatores periféricos da problemática exposta, faz-se fundamental que a desestruturação de uma cultura de banalização do autismo seja prioridade do Estado. Para isso, o governo federal deve acionar o Ministério da Educação, para que viabilize um Programa Nacional de Integração de Seres Autistas, que realize palestras em escolas e ambientes públicos, que visem orientar sobre a necessidade de aproximação das divergentes realidades dos indivíduos, com o intuito de diminuir a invisibilidade social. Para tanto, o Ministério da Cultura, deve promover reuniões em empresas e variados locais de trabalho, para pessoas de todas as idades, com a finalidade de se estimular a participação de cidadãos com autismo no setor trabalhista, resolvendo largamente o emblema.