Promulgada em 1948, a Declaração Universal dos Direitos Humanos garante a todos os indivíduos o direito ao respeito e ao bem-estar social. Entretanto, pessoas com autismo enfrentam dilemas diários que impedem que essa parcela da sociedade desfrute desses direitos na prática. Nesse contexto, não há dúvidas de que esse tema é um desafio para o Brasil, o qual ocorre, infelizmente, devido não só à negligência governamental, mas também à persistência do preconceito com o diferente. A educação é o fator principal para o desenvolvimento de um país. Hodiernamente, ocupando a nona posição na economia mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema público com medidas educativas eficientes. Contudo, a realidade é justamente o oposto, e o resultado desse contraste é refletido claramente nas dificuldades vivenciadas pelos portadores do autismo. Segundo a revista "superinteressante", 83% das crianças com autismo sofrem algum tipo de abuso. Diante disso, nota-se que o Estado tem falhado em garantir a incolumidade física e mental dessas crianças, e isso traz um imenso prejuízo à qualidade de vida das mesmas. Faz-se necessário, ainda, salientar o preconceito da sociedade como fator impulsionador do problema. Conforme Virgínia Woolf -escritora britânica- "de tudo que existe, nada é tão estranho como as relações humanas, com suas mudanças, sua extraordinária irracionalidade". A partir dessa perspectiva, entende-se que o preconceito, o qual está entranhado nas relações sociais, é um fator determinante na diminuição do bem-estar dos autistas, e isso corrobora a ideia de irracionalidade descrita por Virgínia, uma vez que ninguém deve ser discriminado por ser diferente. Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que o Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Cultura, promova uma campanha nacional nas mídias sociais, fornecendo -por intermédio da Lei Rouanet- um incentivo pecuniário para que artistas e formadores de opinião utilizem o ambiente virtual para a criação de vídeos educativos que promovam o debate e a conscientização da população acerca do autismo, desmistificando diversos pontos que o circundam. Dessa forma, o Brasil será um país mais inclusivo e justo para todos, independente de sua condição.