Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 03/09/2018

O século XXI é marcado por uma série de conquistas advindas da luta de minorias em prol da equidade. No entanto, pouco se debate sobre o autismo, um transtorno que atinge cerca de 1% da população mundial, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Desse modo, é imperativo analisar os desafios de âmbitos social, acadêmico e profissional enfrentados por essas pessoas. É fundamental pontuar, a princípio, os impasses sofridos pelos autistas no sistema educacional e nos meios sociais. Nesse sentido, o filósofo Aristóteles afirma que tratar os desiguais de forma igual aos demais constitui-se em uma injustiça. A partir dessa máxima, é notório que o despreparo das escolas submete os portadores de autismo a situações que não permitem sua plena adaptação, como a ausência de profissionais de apoio individualizado e o preconceito dos outros alunos. Por conseguinte, por receio de situações como essa, muitos pais não permitem a ida desses indivíduos ao colégio, o que intensifica a exclusão dessas pessoas e a discriminação por parte da sociedade, por não terem um contato frequente com elas. Com isso, é indubitável que a escola fomenta um distanciamento - que tende a ser aumentado - entre os acometidos por esse transtorno e o restante da população. Com efeito, cabe ressaltar que essa fragmentação é responsável pelas barreiras encontradas pelos autistas no meio profissional. Nesse contexto, após todo o caos enfrentado na vida acadêmica, é evidente que o preconceito no âmbito trabalhista não é diferente, o que potencializa as dificuldades de inserção desses indivíduos à comunidade. Sob esse aspecto, é dever do governo garantir o bem-estar de todas as pessoas em uma nação, de acordo com o "contrato social" estabelecido no Estado, como exposto pelo filósofo moderno John Locke. Logo, fica claro que esse contrato é violado no Brasil, uma vez que a ausência de medidas eficazes prejudicam os autistas no meio profissional e em múltiplas esferas da sociedade. Torna-se indiscutível, portanto, que os portadores de autismo sofrem com obstáculos impostos em diversos âmbitos durante todo o seu desenvolvimento. Assim, para reverter esse quadro, cabe ao MEC a imposição de pedagogos capacitados em todas a escolas para minimizar as diferenças entre os alunos, bem como a promoção de campanhas na mídia e nos próprios colégios acerca da inclusão do autista. Dessa forma, o autismo pode ser abordado em novelas e devem ser ministradas palestras nas escolas com a presença de portadores desse transtorno, destacando-se a importância de que eles frequentem a instituição e mostrando-se que eles têm suas diferenças como todas as outras pessoas, e, por isso, precisam ser respeitados. A partir disso, o preconceito cessará e os indivíduos autistas terão também oportunidades no meio profissional, o que fará com que o contrato social intitulado por John Locke seja, finalmente, efetivado.