Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 02/09/2018

Desde o Iluminismo, entende-se que uma sociedade só progride quando há uma mobilização coletiva. Em antítese a esse prisma, quando se observa a precária condição dos dilemas encarados pelos autistas no Brasil, verifica-se que esse ideal iluminista não é efetivo na realidade canarinha. Nesse contexto, uma dinâmica excludente é inserida, seja por provectos pensamentos enraizados, seja por incipiências governamentais que fermentam esse incabível cenário. Em primeiro plano, é indubitável que o preconceito ainda é um agente ativo na segregação dos autistas brasileiros. Nesse âmbito, a normalização da visão de estranhamento, de acordo com a filósofa Hannah Arendt, adere tal lamentável pensamento à cultura imaterial do Brasil. Um exemplo cotidiano disso é o difícil enquadramento de autistas no mercado de trabalho, devido à visão intolerante social. Nesse ângulo, a própria engrenagem cultural potencializa o dilema dos autistas, violando, desse modo, a alteridade desse contingente social. Além desse relevante fator, é incontestável que a questão Constitucional e sua aplicação estejam entre as causas da problemática. Com ênfase, o quinto Artigo da Constituição Cidadã, de 1988, garante que a isonomia de direitos é uma vertente inalienável. Tal fato é refutado quando se observa a realidade, na qual o escasso investimento governamental em qualificação profissional, desde a base educacional, até a integração ao mercado de trabalho, potencializa os dilemas da temática em voga. Nesse panorama, o macro contexto verde e amarelo seria mais inclusivo na medida em que a falta de administração e fiscalização por parte de gestores não fosse predominante. Dessa forma, intervenções dos atores governamentais tornam-se imprescindíveis para transpor os dilemas dos autistas brasileiros. Destarte tais fatores, urge que o Ministério da Educação e Cultura institua, nos municípios, oficinas quinzenais denominadas: “Autista também é cidadão”. Nelas, sociólogos devem palestrar, de modo descontraído, sobre a importância de se eliminar a visão preconceituosa, a fim de que os entrópicos dilemas relacionados aos autistas sejam uma realidade distante e haja uma efetiva inclusão. Ademais, como já dito pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas e essas mudam o mundo. Em consonância, o Ministério da Justiça, deve reavaliar medidas de investimentos em educação e cargos empregatícios com objetivo de aderir o autista à sociedade. Tal ação deve ser realizada por meio de rígida análise e fiscalização de ações públicas. Assim, o tecido social brasileiro se desprenderá de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, como na alegoria da caverna de Platão.