Título da redação:

Redação sem título.

Tema de redação: Os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira

Redação enviada em 16/08/2018

A série de televisão americana “Aypical” retrata a vida de um jovem com autismo e suas dificuldades cotidianas. Fora das telas, a realidade não se difere muito. O espectro autista, descoberto em 1943 por Leo Kenner, é cada vez mais frequente na sociedade, entretanto, as dificuldades enfrentadas pelos portadores ainda são enormes. Nesse contexto, seja pela falta de políticas públicas, seja pela grande reclusa social, os dilemas encarados pelas pessoas autistas na sociedade brasileira se agravam exponencialmente. Estima-se, de acordo com os dados divulgados pelo site O Povo, que cerca de 1% da população mundial tenha sido diagnosticada dentro do espectro autista, ou seja, 2 milhões de brasileiros. No entanto, a maior parte da população desconhece o problema, a falta de políticas públicas, tanto de esclarecimento, como de inserção educacional e trabalhista, gera uma população despreparada diante da temática. São poucas, se não inefetivas, as tentativas governamentais de inclusão social para autistas, partindo, assim, de iniciativas privadas – como da empresa paulista que terceiriza, para as demais empresas, trabalhadores no espectro – as tentativas que realmente se mostram inclusivas. Ademais, a complexidade da síndrome – os portadores podem ser verbais ou não-verbais, esses com grande inabilidade de comunicação – gera uma reclusa, por parte do corpo social, na inserção de pessoas no espectro. Uma vez que o sistema de ensino por si só não é capaz de controlar todo o ambiente escolar, as crianças com autismo tendem a se tornar vítimas de bullying, o que acaba gerando um medo, por parte da família e da criança, no que se diz respeito à educação. Enquanto isso, a falta de informação faz com que as empresas tendam ao pensamento que pessoas com a síndrome seriam menos produtivas, gerando menos vagas de emprego para autistas. Desse modo, a sociedade se encontra em um ciclo vicioso que exclui, gradativamente, as pessoas com o distúrbio afetivo da vida social. Logo, com base na visão do filósofo Aristóteles que disse que a política deve ser usada como meio de fazer justiça e se atingir o equilíbrio, o Estado deve intervir. O Ministério do Trabalho deve criar políticas que induzam, por meio de redução de impostos, a inserção de pessoas autistas no campo de trabalho, enquanto incentiva iniciativas como da empresa paulista supracitada. Concomitantemente, o MEC deve ministrar palestras na rede pública de ensino, com o apoio de pais e especialistas, que visem a inserção das crianças no espectro autista no ambiente escolar e, em consoante, utilizar dos recursos midiáticos para um melhor entendimento populacional do que é a síndrome. Somente assim, a vida de pessoas como o protagonista da série estadunidense será mais inclusiva sem grandes dificuldades específicas.