Em 1789, durante a proclamação da Primeira República Francesa, foram apresentados à humanidade os conceitos de Liberdade, Igualdade e Fraternidade, os quais seriam um direito inalienável de todo ser humano. No entanto, passados quase 230 anos, no Brasil contemporâneo esses direitos ainda não são extensíveis a todos os brasileiros, especialmente os autistas, em virtude do ressurgimento de movimentos discriminatórios na sociedade e da ausência de uma política efetiva do Estado destinada à promoção da igualdade entre todos os brasileiros. Inicialmente, é necessário pontuarmos que tem avançado, nos últimos anos, movimentos de intolerância contra minorias sociais. A causa desse processo, segundo o sociológico Zygmunt Bauman, seria o enfraquecimento dos laços sociais entre os indivíduos, uma das consequências do excesso de informações característico da era contemporânea. Nesse contexto, autistas têm sido vítimas de atos discriminatórios, especialmente no que se refere à garantia de direitos fundamentais, como o acesso à educação inclusiva e de qualidade. Exemplifica esse argumento um vídeo circulado nas redes sociais no início de 2018, no qual uma professora, juntamente com um grupo alunos, discrimina um aluno autista na sala de aula. Paralelamente a isso, não há, no Brasil, hodiernamente, uma política pública de acesso a autistas no mercado de trabalho. Segundo uma pesquisa divulgada no Jornal O Estado de Minas, 67% da população autista se encontra fora do mercado formal de trabalho, apesar de possuírem condições físicas e psicológicas de exercer uma atividade remunerada. Em decorrência disso, essas pessoas são impedidas de obter o próprio sustento, e passam a depender da solidariedade de familiares e amigos. Diante do exposto, fica evidenciada a necessidade de novas ações, de modo a tornar os autistas cidadãos ativos na sociedade brasileira. Ao Ministério da Educação, cabe a promoção de oficinas nas escolas, com o fito de promover a aceitação dos autistas no ambiente escolar. O Congresso Nacional, por sua vez, deve aprovar uma lei de incentivo à contratação de autistas, com a fixação de um percentual mínimo de autistas a ser contratados, de acordo com o porte da empresa, com o objetivo de inserir essa população no mercado de trabalho. De tal forma, o direito à igualdade será, enfim, respeitado no Brasil.