Os Transtornos do Espectro Autista, assim chamados porque não se manifestam de uma forma única, carecem de profundos levantamentos científicos para serem melhor explicados e principalmente diagnosticados. Os indivíduos portadores apresentam problemas no desenvolvimento da linguagem e nos processos de interação no âmbito social, concorrendo para que enfrentem dilemas relacionados às limitações quanto a participação em eventos tipicamente sociais. A carência de iniciativas governamentais de amparo à situação desses grupos e a falta de instituições educacionais dedicadas às crianças com os transtornos são responsáveis pelo cenário de pouca relevância atribuída a esses indivíduos. A importância do incentivo à educação se deve ao fato de que ela carrega a obrigação de construir e dar voz ao indivíduo político, a par das decisões referentes à esfera produtiva da nação. Se por um lado, é função da União dispor à sociedade os dispositivos necessários para a manutenção da isonomia entre aqueles acolhidos pela Constituição, por outro, o cenário corriqueiro revela a ausência de planejamento das instituições de ensino para receber crianças com a deficiência, e a partir de então colaboram para perpetuar o abismo social entre os grupos antagônicos. Além disso, para todos os efeitos legais perante a Lei Maior, é considerada pessoa com deficiência toda aquela diagnosticada com os Transtornos do Espectro Autista, e consequentimente, essa tem direito a todos os objetos legais delegados à manutenção do seu bem estar diante da situação em que se faz presente. Diante disso, emerge-se a conclusão de que nem mesmo os órgãos responsáveis por zelar pelos direitos fundamentais estão em dia com o seu ofício, uma vez que como muitas outros grupos de deficientes na sociedade brasileira, aqueles com autismo encontram barreiras para conseguir emprego e superar o preconceito. Desse modo, fica evidente o cenário de inércia por parte daqueles com o poder de transformar a presente situação dos grupos com autismo. Sendo assim, compete à União, por meio das secretarias administrativas, dedicar uma maior parcela do PIB capaz de financiar programas conjuntos entre as instituições de ensino regular e clínicas de reabilitação e suporte psicossocial. O objetivo, com foco especial em crianças até a puberdade, é identificar e tratar manifestações comportamentais, que através de um diagnóstico, possam levar com o tempo a se caracterizarem como Transtornos do Espectro Autista.