De acordo com a Teoria Malthusiana, a população mundial cresceria tanto que a produção de alimentos não acompanharia esse crescimento, causando o problema da fome. Nesse sentido, pode-se afirmar que Malthus, em certo ponto, tinha razão, uma vez que, de acordo com o Órgão da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO), uma em cada oito pessoas ainda passam fome no mundo contemporâneo. Trazendo essa problemática para a sociedade brasileira, percebe-se que o país apresenta desafios referentes à alimentação que envolvem as alterações no modo de vida, impulsionada pela modernidade, bem como a utilização excessiva de componentes químicos na agricultura, imbróglios esses que precisam ser trabalhados e revertidos, tendo em vista a alteração do cenário vigente. Primariamente, é notável que a agitação da vida pós-modernidade, principalmente nos centros urbanos, faz com que os períodos de alimentação fiquem comprometidos, revelando-se um impasse. Nesse viés percebe-se que o excesso de trabalho na sociedade brasileira, cuja rotina muitas vezes é extensa, induzem os cidadãos a deixarem as refeições e a saúde em segundo plano. Consequentemente, esses trabalhadores consomem cada vez mais os famosos fast-foods, que, por sua vez, são pouco nutritivos se comparados ao prato ideal por nutricionistas. Destarte, é fundamental incentivar, via propagandas midiáticas, a alteração comportamental dessas pessoas e incentivá-las a buscarem novas e melhores formas de nutrição diária. Outrossim, é inegável que o uso massivo de agrotóxicos nos meios de cultura brasileiros dificultam a realização de uma alimentação saudável. Relativo a isso, desde 2008 o Brasil permanece no cargo de maior produtor mundial de insumos agrícolas, superando, inclusive, os Estados Unidos. Além disso, recentemente, em apenas três meses, o governo Bolsonaro aprovou a colocação de mais de 120 tipos de agroquímicos nas plantações brasileiras, mostrando que esse revés tende e se expandir se nada for feito. Em resultado, as pessoas passam a ficar mais receosas de ingerirem os alimentos considerados "naturais", haja vista que algumas frutas e legumes lideram os percentuais de uso desses produtos no seu cultivo, como morango e pimentão. Esse excesso tem gerado consequências sérias ao organismo humano, tendo demonstrado uma estreita relação com a ocorrência de cânceres. Sendo assim, sabendo-se que a Constituição Federal Brasileira considera a alimentação, tal qual a educação e a saúde, um direito fundamental dos seus cidadãos, medidas são indispensáveis para a sua plena execução. Para tanto, é fundamental que o Ministério da Agricultura, juntamente com grupos ambientalistas, reduzam as taxas de utilização de agrotóxicos nas plantações, por meio da realização de debates e pesquisas sobre o assunto, que revelem os impactos advindos dessa prática, bem como invistam no desenvolvimento, pelas universidades do país, de produtos menos agressivos tanto para o meio ambiente quanto à saúde humana, com o fito de tornar o consumo desses alimentos seguro e permitir que as pessoas tenham suas necessidades diárias supridas com qualidade.