Novas diretrizes O Brasil vivencia, no século XXI, um cenário de impasses no que concerne à educação. Índices desfavoráveis em testes internacionais de medição de conhecimento, médias baixas nos principais exames de admissão ao terceiro grau, resultados pífios de alunos dos ensinos fundamental e médio retratam um quadro de desagravo, o qual é fortalecido, sobremaneira, por críticas ao desempenho dos professores brasileiros, comprometendo a atuação desses profissionais, desvalorizando-os socialmente. O fato é que se observa, entre os docentes, um painel de exiguidades no que tange à sua labuta, nas escolas públicas e privadas. Nas primeiras, há ausência de infraestrututa cabal a um trabalho de qualidade, salários baixos, convivência com alunos violentos e desinteressados, oriundos, não poucas vezes, de lares degenerados; nas segundas, o estigma do estudante como "cliente", a quem o mestre deve subserviência, subvertendo a ordem hierárquica. O resultado disso: discentes doentes, frustrados, aniquilados, depressivos (estresse e síndrome de Burnout são apenas alguns dos reflexos). Configuração essa, lamentavelmente, longe da máxima do filósofo Erasmo de Rotterdã: "A primeira fase do saber está em amar o professor". Ademais, os professores convivem com a cobrança permanente da sociedade frente aos imbróglios da educação, no país. São eles acusados de pouca eficiência, de anacronismo, de dispersão, de enfraquecimento do perpasse de valores morais (algo, aliás, que cabe fundamentalmente à família), em um panorama que lhes confere o dever maior de assumir múltiplas funções, das quais muitas não são de sua alçada, nem para as quais são devidamente recompensados. Assim, desenha-se a ideia de que professores são profissionais ineficientes, mal pagos, desprivilegiados, que convivem com alunos desrespeitosos, e que nada podem fazer a respeito, ocasionando um fenômeno de grave consequência: estudantes bem preparados se desestimulam e deixam de escolher a carreira da docência, comprometendo o futuro da nação. Logo, diante da atual conjuntura de vicissitudes que abraça o docente brasileiro, cabem urgentes ações para a transcendência das problemáticas constatadas. Outrossim, urge às escolas impor e cobrar disciplina e respeito aos mestres, sob pena de punições exemplares, retomando a hierarquia desses profissionais. Já às famílias, é essencial o ensinamento da reverência e do apreço aos licenciadores, a quem se deve inequívoca consideração. Por fim, é imprescindível que os professores gozem de boa formação, acatando as mudanças do cenário laboral, inclusive tecnológicas, para que não sejam substimados em suas habilidades, unindo-se como categoria e fortalecendo o setor, de modo a recuperar a autoestima e a motivação para o nobre exercício do magistério.