No dia 19 de abril, dia do índio, as crianças da pré-escola geralmente são orientadas pela professora a colorir tiaras com penas de papel e depois andar em círculos fazendo “uhuhuh!”, fazendo-as acreditarem que isso é ser “índio”, mas, lamentavelmente, o ensino esquece de demonstrar às crianças que por trás da tiara com penas e do som com a boca existe muita cultura e aprendizado. O reconhecimento e o respeito são apenas dois dos inúmeros desafios enfrentado pela população indígena que luta para sobreviver na contemporaneidade. Outro obstáculo é que apesar do aumento na taxa de crescimento demográfico entre os povos indígenas, essa população representa apenas 0,47% do brasileiros. Pode-se considerar entre os motivos para esse aumento um maior acesso a serviços básicos como saúde e educação, porém essa oferta ainda é pequena frente a demanda. Outro fator pode ser o aumento no número de auto declarações nos últimos anos, isso porque o termo “índio” é uma categoria inventada pela população branca e não denominada por eles. Além disso, pode-se dizer que a economia indígena é baseada na agricultura de subsistência, na caça e pesca, porém tem se tornado difícil manter seu modo de vida tradicional devido a falta de terras, ocasionada pela demora para demarcação de novas áreas indígenas, somadas a invasão e degradação das terras já demarcadas pela população não indígena. E se não há terras para plantar, logo, é necessário comprar seu próprio alimento, o que se torna difícil sendo que apenas uma minoria da população indígena possui algum tipo de renda, conquistada muitas vezes através do êxodo para a cidade em acampamento improvisados e a base de mendicância. Frente a essa grande dificuldade, muitos indígenas entram em desespero e acabem se suicidando, sendo que a taxa de suicídio indígena é seis vezes maior que a taxa da população em geral. Com isso, o reconhecimento e o respeito se fazem indispensáveis para atender as necessidades essências dos grupos indígenas afim de preservar seu modo de vida tradicional. Um primeiro passo para isso, seria implementar como conteúdo curricular na matéria de Artes, desde a pré-escola, a cultura e os costumes dos múltiplos grupos indígenas existentes no Brasil, com objetivo de que desde pequenos os brasileiros conheçam e aprendam que a cultura indígena faz parte da cultura brasileira, de sua cultura. Assim, espera-se que conhecendo, a valorização, o respeito e o devido reconhecimento se tornem mais fáceis e que consequentemente seja preservado e defendido os direitos dos indígenas mais ativamente, principalmente o de posse de terras, para que eles tenham espaços dignos para manter vivas as suas tradições e costumes.