Nos primeiros anos da banda legião urbana, uma música denominada “Índios” ganhou espaços nas rádios e indagou seus ouvintes, visto que, abordava a temática indígena brasileira com um alto teor de criticidade e reflexão, demonstrando por meio de palavras o quanto o homem foi egoísta, desrespeitoso e violento em relação às tribos no passado. É notável, contudo, que essa visão do grupo musical, infelizmente, ainda é uma realidade. Nessa perspectiva, cabe analisar a questão da divisão das terras e a ausência de empatia dos humanos. Historicamente, a colonização brasileira foi um processo de ampla imposição, que inclua a substituição dos falares tradicionais, a realização de atividades em situações precárias e a perda ou limitação das terras indígenas. Em relação ao último item, atualmente, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, propõe uma demarcação das áreas restantes, o que deixará os indígenas novamente vulneráveis e sujeitos ao genocídio, evidenciando a continuidade da problemática na contemporaneidade. Outrossim, é importante enfatizar que o homem da modernidade, segundo o filósofo polonês Zygmunt Bauman é individualista e egoísta, devido ao sistema capitalista vigente, que prioriza o consumo e o lucro, nesse caso, das empresas agropecuárias, desconsiderando a importância da construção de vínculos distintos e o respeito às diversidades culturais, que atingem o indígena e os demais grupos da sociedade. Destarte, são necessárias intervenções para combater esses impasses. Primeiramente, o Ministério da Educação deve implantar nas escolas e organizações culturais: aulas, workshops e rodas de conversa, que abordem a importância do índio na formação nacional, fazendo com que as pessoas se conscientizem e mantenham o respeito. Ademais, o Governo Federal deve colocar a PEC 215 para discussão da população, que depois de conscientizadas pelas medidas educativas, poderão equilibrar o sistema capitalista ao espaço dos índios. Com essas medidas, a problemática da música “Índios” não será mais uma realidade permanente do Brasil.