Com o objetivo de criar uma identidade nacional o presidente Getúlio Vargas instituiu a data 19 de abril como Dia do Índio. No entanto, essa tentativa não se mostrou eficaz diante os preconceitos estruturalmente enraizados na sociedade brasileira e a presença de políticas públicas ineficientes. Dessa forma, é possível afirmar que estigmatização desses povos indígenas é um desafio a ser enfrentado de forma mais eficaz pela sociedade. Em primeiro plano, é relevante analisarmos que as manifestações opressão aos índios são produtos do corpo social. Segundo o sociólogo Émile Durkheim, na vida coletiva as maneiras de agir e pensar dos indivíduos são influenciadas com exterioridade, generalidade e coercibilidade a partir de instituições como as escolas, famílias e igrejas. Nesse sentido, desde 1500, com a chegada dos estrangeiros no Brasil, os habitantes nativos foram tratados sob um ponto de vista etnocêntrico. Dessa forma, esse fato social foi transmitido de geração a geração por meio de uma sociedade patriarcal. Outrossim, a constituição brasileira de 1988, norma de maior hierarquia, estabeleceu os direitos da posse de terras tradicionalmente ocupadas e o respeito às organizações sociais indígenas, no entanto observa-se que esses direitos não são reconhecidos na prática. A exemplo disso, a questão da disputa de terras está diretamente ligada à lentidão das demarcações decorrida da ineficiência dos mecanismos estatais frente o levante da bancada ruralista. Tal fato, portanto, evidencia a falta de interesse da classe politica diante as necessidades das minorias sociais em garantir direitos indicados na Carta Magna do país. Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas a fim de atenuar o problema. As instituições sociais - escolas, famílias, igrejas - devem promover debates amplos e constantes acerca da importância de garantir o respeito e a igualdade aos povos indígenas, a partir de diálogos nos lares, de seminários, de feiras culturais e gastronômicas que estimulem a criatividade dos participantes a buscarem saberem mais sobre as técnicas distintas usadas por etnias diferentes, com isso essas pessoas poderão compreender realidades distintas e aprenderem a respeitarem cada uma delas. Além disso, essas instituições devem realizar manifestações para reivindicarem a agilidade nos processos da máquina pública, a fim das demarcações das terras serem efetivadas e elas serem entregues aos legitimamente aos índios.