Durante o século XVI, a população indígena foi progressivamente ameaçada por colonizadores portugueses, espanhóis e holandeses, sofrendo com o etnocídio cultural e com o genocídio brutal. No momento presente, o Brasil não herda apenas traços étnicos, mas também socioculturais dos grupos nativos, apresentando pluralidades sociais no território nacional. Entretanto, infelizmente, os habitantes das tribos brasileiras sofrem com a violação de direitos básicos para a sobrevivência digna, situação desencadeada tanto pelo preconceito difundido historicamente quanto pela preocupante questão territorial. Inicialmente, é relevante destacar que os cidadãos de origem indígena são marginalizados e alvos de estigmatização na nação brasileira, seja pelas características próprias da comunidade seja pela fuga dos padrões idealizados socialmente. Desde o Brasil Colônia, os primeiros habitantes do território nacional reproduzem um estilo de vida marcado pela interação harmoniosa com a natureza, realizando a pesca, a caça e a coleta de frutos demandados pelo grupo. Ademais, a propagação de adereços, pinturas e roupas que valorizam a estrutura corporal também são populares entre as comunidades há anos. No entanto, os adeptos do eurocentrismo cultural propagaram a intolerância para com manifestações étnicas diferentes, rotulando os membros como ignorantes e desprovidos do conhecimento sagrado, fato facilmente identificado nas cartas de Pero Vaz de Caminha. Diante disso, percebe-se que o pensamento intolerante é historicamente difundido entre os cidadãos brasileiros, sustentando preconceitos e estereótipos relacionados ao povo indígena. Além do pensamento opressivo, a violação do direito à terra representa uma alarmante dificuldade enfrentada pelos indígenas. De acordo com Aristóteles, célebre filósofo grego, a justiça é a base da sociedade, fundamentando o pensamento de revolucionários e ativistas ao longo da história. Os governantes brasileiros, porém, tomam atitudes que discordam da ideia do intelectual, acobertando latifundiários que ameaçam as reservas indígenas e dando voz a fazendeiros criminosos. Lamentavelmente, a PEC 215 é uma pauta vinculante na Câmara dos Deputados, visando diminuir a extensão das áreas destinadas ao povo nativo e contando com o apoio ideológico de políticos relevantes, como o influente Jair Bolsonaro. Dessa maneira, nota-se que a população indígena é constantemente oprimida por ações político-sociais que violam as garantias territoriais e desrespeitam o Estatuto do Índio. Depreende-se, portanto, que as comunidades indígenas enfrentam inúmeras dificuldades na contemporaneidade, necessitando-se de medidas que solucionem esse problema eficientemente. Em um primeiro momento, é preciso que o Governo Federal, por intermédio do MEC (Ministério da Educação), inclua o estudo histórico-cultural dos índios na matriz curricular nacional, contando com o apoio de líderes indígenas e historiadores para a elaboração de um projeto eficiente. Assim, os estudantes brasileiros terão mais conhecimento da história e hábitos do povo indígena. Outrossim, é fundamental que o Congresso Nacional aprove leis que obriguem os partidos a inserirem lideranças indígenas no corpo político privado, estabelecendo a quantidade mínima de indivíduos requeridos. Com essa medida, o povo indígena contará com representantes no âmbito político, resistindo a projetos e propostas ameaçadoras. Aplicando as intervenções sugeridas, os índios contarão com direitos e respeito, detendo a opressão que começou com os colonizadores.