Exploração do trabalho, expulsões territoriais, descaso e violência no campo. Essas são as principais causas da criação do Estatuto do Índio. No entanto, são, ainda hoje, características da situação do indígena no Brasil, parecido com a escravidão no período colonial, o qual mesmo sendo ilegal, é vivenciado por 0,4% da população. Portanto, garantir o reconhecimento do território indígena e defender o patrimônio cultural, é essencial na luta contra práticas desumanas. Em primeiro lugar, o modo de sistema capitalista, seja no meio urbano ou rural, busca a excessiva obtenção de lucros. A partir disso, o trâmite no Senado da PEC 215, que diminuiu as demarcações de terras dos índios e prevê indenizações em dinheiro aos proprietários, estimula a busca por dinheiro e poder, sem visar os prejuízos causados aos indígenas. Desta forma, essa parcela da população que acaba por ser excluída, fica desprotegida e vulnerável, em situação precária que estimula a exploração e subsistência. Além das demarcações territoriais, há uma problemática cultural envolvendo os índios. Segundo o IBGE, mais de 800 mil indígenas compõem a população brasileira, com diversas classificações e 274 línguas faladas. Torna-se claro, nesse sentido, que os índios contribuem significativamente para a diversidade étnica e o patrimônio cultural brasileiro, porém, a violência e as degradações influenciam na transformação do ambiente natural nativo e, o índio que lutou contra os colonizadores para defender sua cultura, se vê agora desvalorizado, sem a garantia de continuidade de sua identidade para as próximas gerações. Fica explícito, portanto, que a desvalorização do índio é uma realidade que compromete o futuro das próximas gerações indígenas e, consequentemente, do país. É preciso, assim, que os órgãos governamentais fiscalize e elabore leis, para garantir a proteção dessas populações. Também, é importante que as ONGS implementem projetos sociais, pela busca de condições justas para os índios. Já as escolas e universidades, devem realizar campanhas e ações educativas, sobre o conhecimento da histórica indígena, para conscientizar sobre o valor do povo nativo do Brasil. Com tais medidas, os índios terão os seus direitos valorizados e garantidos e, o Brasil poderá fortalecer sua identidade multicultural, com mais respeito e justiça.