Título da redação:

Europeização do índio

Tema de redação: A questão indígena no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 27/10/2017

O Brasil desenvolve uma economia extremamente globalizada, o que acelera a homogeneização cultural, que está presente desde a colonização brasileira com consequente força de adequação do país aos moldes culturais europeus. Isso alavanca exclusão social, perda de direitos sociais e civis e violência, das quais o indígena é vítima notável. A esse respeito, primeiramente, nota-se que o avanço do agronegócio tem retirado de nações indígenas o direito à propriedade, um dos direitos civis assegurados pela Constituição atual. Isso deve-se à subordinação do Estado à bancada política ruralista, detentora de extensos poderes sobre a legislação. Assim, a agricultura multinacional adquire liberdade irrestrita para expandir a fronteira agrícola, avançando sobre terras indígenas e, consequentemente, expulsando tribos. Também contribuem para a exclusão dos indígenas algumas obras governamentais requeridas pela situação globalizada do mundo hodierno. Rodovias, por exemplo, são necessárias para o escoamento da produção agrícola e industrial realizada no interior do país. No entanto, a construção de grandes estradas pode obrigar a expulsão de moradores tradicionais de suas propriedades – como a construção da Rodovia Transamazônica, que matou muitos índios. Outro aspecto relevante tange à implicação sociocultural da infraestrutura econômica, ligada ao capitalismo global. Isso é corroborado pelo ideário marxiano, segundo o qual a economia é determinante na configuração social dos países. Por conseguinte, o fluxo de valores sociais da globalização é constante, e sua penetração no identitário indígena altera artificialmente a memória e a identidade de tribos, pois, gradativamente, as vítimas da homogeneização cultural adquirem características europeias. Com base nessa análise e nas adversidades causadas pela expropriação do indígena de seu espaço físico e cultural – como mortes –, impera a busca da liberdade dos indígenas por iniciativa popular. A comunidade nacional deve, dessarte, unir-se de modo a organizar manifestações de diversas formas quando políticas motivadas economicamente surgirem e excluírem o índio. As universidades, por exemplo, podem agir publicando charges e pinturas críticas; as ONGs relacionadas às sociedades indígenas, compartilhando manifestos na internet. Com tais atitudes, portanto, a integridade social e cultural dos indígenas será menos problemática progressivamente.