Título da redação:

Emboabas ruralistas

Tema de redação: A questão indígena no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 24/10/2018

Emboabas ruralistas Os povos indígenas enfrentam na contemporaneidade impasses seculares, desde 1500, com a chegada dos “homens-bons”. A visão do indígena já fora de herói nacional dos românticos para a visão modernista atual – os Macunaímas da vida real. Dessa forma, estigmatizados e marginalizados, mas sobreviventes, lutam na selva de concreto por seus direitos e contra o “lobby” ruralista. Neste tocante, as leis e estatutos são para “os índios verem”. Pois, o Estatuto do Índio de 73 e a Constituição de 88, asseguram o direito de terras originárias para seu sustento conforme suas tradições e culturas. Todavia, a realidade é de miséria em acampamentos ao longo de rodovias, ou, mendingagem nas cidades, segundo à Fundação Nacional do Índio (Funai). Destarte, sem terras para morar e na precariedade, os nativos são alvos de intolerâncias, sendo vistos como “preguiçosos que não trabalham”, quando sua cultura difere da nossa (ocidental), na qual o capitalismo não faz parte. Ademais, a maquiavélica Frente Parlamentar da Agropecuária e suas consequências. Este grupo político é declaradamente a favor dos grandes fazendeiros, que constantemente esbarram nos direitos dos índios. O motivo é simples, demarcar terras aos indígenas não dá lucro, não faz girar a roda do capitalismo, logo, tentam de toda forma impedir à demarcação. Como é o caso da PEC 215, que visa o êxodo dos nativos para o arrendamento das terras e limitam muito às futuras demarcações. Com efeito, trata-se de uma inconstitucionalidade e um desrespeito à cultura e ao estilo de vida dos povos indígenas. Ex positis, o Brasil tem uma dívida com esses povos, que foram contundentemente agredidos e escravizados. Portanto, o Ministério Público deve, em caráter de urgência, investir nos estudos técnicos de demarcação para acelerar o processo, por meio de verbas endereçadas à Funai. Em parceria, o Ministério do Meio Ambiente, através de ajuda técnica e financeira, irá assistir os povos indígenas na recuperação do território outrora utilizado demarcado, para seu sustento e preservação da fauna e flora. Somente assim, cumpriremos a constituição e pagaremos essa dívida histórica, além de resgatar da rua à figura que já fora nosso herói ufanista e finalmente acabaremos com a invisibilidade de uma parte tão importante da nossa cultura.