Desde a Lei da Inércia, já se sabe - ou deveria saber-se - que uma vez iniciado o movimento, o corpo só ficará inerte se uma força externa atuar sobre ele, logo, para que a sociedade transforme o meio no qual está inserida, é necessário que o corpo-homem exerça uma força contrária sobre o corpo-problema. No entanto, quando se observa os desafios dos indígenas no Brasil, hodiernamente, percebe-se que esse ideal estático é constatado na teoria e não desejavelmente na prática, já que a problemática persiste intrinsecamente coadunada à realidade do país, seja pela insuficiência de leis, seja pela lenta mudança da mentalidade social. Convém ressaltar, a princípio, que a questão constitucional e sua aplicação estão entre as causas do revés. Consoante a Aristóteles, no livro "Ética a Nicômaco", a política serve para garantir o equilíbrio dos cidadãos, analogamente, verifica-se que esse conceito encontra-se deturpado no Brasil, haja vista que, embora a Constituição de 1988 explane o dever estatal de construir uma sociedade livre, justa e solidária, há brechas que permitem a ocorrência dos crimes, como a tomada de terras indígenas para alocar as atividades comerciais da bancada ruralista. Desse modo, a importância do reforço da prática da regulamentação como forma de combate à problemática é imprescindível. Cabe salientar, outrossim, que o orgulho humano ainda é um grande impasse à permanência dos índios no Brasil. Isso porque, segundo John Locke e o empirismo britânico, todo conhecimento provém da experiência e da influência. Nessa perspectiva, é notável que a incapacidade de ver o preconceito sociocultural em si mesmo é compatível à teoria do filósofo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse comportamento, ela tende a adotá-lo também por conta da vivência em grupo. Dessa forma, uma mudança nos valores da sociedade é fundamental para que a juventude não venha a ser um espelho do passado. Sendo assim, em uma única frase, segue o Imperativo Categórico: ‘’Age de tal modo que a máxima de tua ação possa sempre valer como princípio universal de conduta’’. Diante desses fatores, portanto, urge que o Ministério da Justiça , em consonância ao Ministério da Educação, financie projetos educacionais inclusivo nas escolas, por intermédio de uma ampla divulgação midiática a qual promova propagandas televisivas, entrevistas em jornais e debates entre professores e alunos a respeito dos desafios dos indígenas brasileiros - visto que ações culturais coletivas têm imenso poder transformador - a fim de que a comunidade escolar e a sociedade no geral - por conseguinte - conscientizem-se. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país desenvolvido socialmente, criando um legado do qual Aristóteles pudesse se orgulhar. Concomitantemente, outras medidas devem ser tomadas, mas, como assevera Oscar Wilde: ‘’ O primeiro passo é o mais importante na evolução de um homem ou nação.’’