‘’ De Peri a Galdino’’ ‘’O valente índio resistia e parecia querer lutar ainda’’. Esse é um trecho da obra de José de Alencar, ‘’ O Guarani’’, que mostra a visão heroica nativa em contraste com a atual realidade brasileira que trata o índio como inferior e não respeita seus direitos assegurados pela Constituição desde 1988. Nesse contexto, vale analisar a herança de exclusão e violência contra os índios e a falta de reconhecimento do seu espaço e cultura. Convém frisar, em primeiro plano, que a visão idealizada por José de Alencar remete ao romantismo do século XIX, quando o índio foi posto como herói nacional. Porém, a fantasia do movimento literário não reflete a dura colonização portuguesa que quase destruiu a cultura indígena, visto que trouxe para a sociedade atual brasileira a desvalorização e os casos de violência contra esses povos, a exemplo do índio Galdino que foi queimado por três jovens em Brasília nos anos 90. Ademais, convém frisar que as terras indígenas não estão sendo respeitadas. Diante disso, mesmo com a existência de um órgão de proteção aos índios, como a FUNAI, e a aprovação do Supremo Tribunal Federal à regulamentação das reservas em 2012, grandes fazendeiros e mineradoras têm desrespeitado suas terras, como é possível ver com a atuação da mineradora Vale S. A. no estado do Pará. Torna-se evidente, portanto, a necessidade de medidas para atenuar esse cenário. Logo, é essencial que as escolas, em parceria com a comunidade, forneçam palestras ministradas por líderes indígenas e pessoas engajadas à causa, com o intuito de mostrar a história de luta de seus povos. Outrossim, o Governo Federal deve colocar em órgãos, como a FUNAI, chefes empenhados em garantir o direito às terras e preservação da cultura dos índios. Além disso, o Governo deve fornecer punições aos agressores como trabalhos voluntários para servir de exemplo e evitar que atos violentos persistam. Assim, as pessoas perceberão que o índio pode não ser a figura idealizada do romantismo, mas merece respeito como cidadão brasileiro.