Na geração indianista da prosa romântica, o índio, símbolo da nacionalidade brasileira, era visto como herói e o legítimo representante da América. Retratado no Brasil, naquela época, como o cavaleiro medieval era na Europa, o índio, hoje, é visto como um grupo étnico à parte da sociedade gerando grandes desafios tanto no âmbito político quanto social. Embora o Estatuto do Índio na legislação garanta os direitos básicos destes povos, a situação indígena no Brasil ainda é precária. Isso ocorre, principalmente, por causa de conflitos políticos com a bancada ruralista que, legislando a favor de si mesmo, respondem aos interesses do agronegócio em detrimento das demarcações de terras indígenas e políticas voltadas para assistência a esses povos. Além de inúmeros embates políticos pelas suas reservas de terra, no âmbito social, os índios são estereotipados como povos estagnados no tempo, inúteis e preguiçosos, o que gera preconceito e ódio por parte da sociedade. Isso causa sérias consequências, desde a dificuldade na inclusão em escolas, universidades e mercado de trabalho dentro das cidades até o genocídio nas reservas indígenas por parte de fazendeiros invasores. Tendo em vista os fatos supramencionados, é notório que os desafios que os povos indígenas são grandes visto que, além de sofrerem grande preconceito, enfrentam embates políticos em uma relação desigual de poder com os grandes proprietários de terras. Dessa forma, faz-se necessário o fortalecimento da Fundação Nacional do Índio pelo poder executivo através da recriação dos cargos extinguidos pelo governo Temer e maior autonomia para elaboração de políticas indigenistas. Além disso, é importante que o Ministério da Educação institucionalize uma nova disciplina voltada à multiculturalidade para o ensino fundamental e infantil como forma de diminuir o preconceito étnico e cultural. Com isso, o índio deixará de ser a vítima para ser como era o herói indianista, valorizado.