Durante a primeira fase do Romantismo no Brasil, também conhecida como fase Indianista, no século XIX, o índio foi retratado como herói nacional pela literatura. Entretanto, na contemporaneidade, essa valorização restringe-se apenas a esfera literária, uma vez que os índios, frequentemente, possuem seus direitos violados e desrespeitados. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados como a ocupação das terras e a preservação da identidade indígena. Em primeira análise, cabe pontuar que as terras indígenas, protegidas pelo Estado, têm sido alvo constante das ações agressivas da mineração e agropecuária, cujo impacto afeta diretamente na subsistência do grupo. Esse fato é comprovado de acordo com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, que proíbe a ampliação de áreas demarcadas e dificulta o reconhecimento de novos territórios. Dessa maneira, vê-se que apesar da Constituição de 1988 assegurar que os indígenas possuem direito à demarcação das terras ocupadas, grupos ruralistas dificultam à garantia desses direitos. Em segunda análise, convém frisar que os índios lutam até hoje pela preservação de sua identidade. Visto que, desde a chegada dos europeus no território, os quais apresentavam uma visão etnocêntrica, os nativos foram considerados inferiores e "não civilizados", conforme descreve a Carta de Pero Vaz de Caminha. Dessa forma, devido à histórica discriminação, foram sendo criados estereótipos negativos em relação ao índio, como também a cultura europeia foi inserida como sendo superior, vindo a língua portuguesa ser reconhecida como língua oficial e a deles como dialetos. Além disso, a cultura indígena muitas vezes é apresentada de modo folclórico. Infere-se, portanto, a necessidade de valorização e respeito à cultura indígena. É necessário que o Governo Federal, juntamente com a FUNAI, assegurar que os índios tomam posse de suas terras devidamente, por meio de fiscalização e agilidade na demarcação de seu território, para que assim os indígenas vivam tranquilos. Ademais, as Escolas devem promover a valorização da cultura indígena, por intermédio de trabalhos, palestras e debates em grupos com o intuito de quebrar estereótipos e preconceitos nos jovens. Assim, o herói romântico, finalmente, deixará de ser simples figurante da sociedade brasileira.