Título da redação:

Agricultura X Indígenas

Tema de redação: A questão indígena no Brasil contemporâneo

Redação enviada em 03/11/2016

No interior de Mato Grosso, a cerca de 80 quilômetros de Rondonópolis, existe uma pequena comunidade indígena, a Aldeia Tadarimana, que conta hoje com provavelmente cerca de 200 índios, nem mesmo o governo municipal sabe ao certo a quantidade de índios morando no local. Esses indígenas vivem da subsistência e de recursos providos pela Funai, a Fundação Nacional do Índio. Entretanto, enquanto esses índios vivem em um pequeno espaço de terra e em condições precárias, a agricultura se desenvolve de maneira exponencial, trazendo riqueza para o estado, mas principalmente para os fazendeiros erradicados por lá. A ocupação de terra para o plantio de soja, milho e criação de cado causa nítido contraste se comparada a diminuta extensão da terra indígena da região. Basta percorrer a estrada que dá acesso à aldeia, envolta em plantações supridas com tecnologia de ponta, embora a comunidade não tenha sequer água tratada. Infelizmente, o caso da Tadarimana não é isolado e muito menos o único no Brasil. Em 2010, segundo o IBGE, eram aproximadamente 818 mil indígenas declarados no país, sendo que, pouco mais 500 mil viviam em zonas rurais. Desde 1973, as demarcações de terras para esses povos não chegaram a 450, totalizando cerca de 105 milhões de hectares, de acordo com a Funai, que declara serem as demarcações insuficientes para a população indígena. Todavia, além do problema do baixo número de demarcações, existe um desafio ainda maior: fazer com que as terras já demarcadas sejam realmente ocupadas e utilizadas pelos indígenas. Contudo, enquanto isso não acontece, os índios brasileiros estão sendo mortos, explorados sexualmente, aliciados para o uso de drogas e o trabalho escravo e mais uma vez expulsos de suas terras, desta vez, em detrimento do crescimento da agricultura de exportação. Portanto, parece que os governantes e políticos do Brasil não estão se esforçando o suficiente para proporcionar e garantir o mínimo de dignidade para um povo que vem perdendo direitos desde 1500. É preciso garantir as terras indígenas já demarcadas, não somente por meio da legislação - que muitas vezes tem retrocedido, mas utilizando-se do poder de polícia da administração pública para coagir aqueles que tentam impedir a posse das terras por quem tem direito. É necessário depreender duro tratamento a essas pessoas, com fiscalização ostensiva, voz de prisão e multa pecuniária para que os direitos dos indígenas sejam efetivamente cumpridos.