A obra "I-Juca Pirama", de Gonçalves Dias, evidencia a figura do índio como herói nacional em um contexto marcado pela literatura romântica. Contudo, na contemporaneidade, os desafios relacionados aos indígenas são enormes na medida em que esses são hostilizados dos seus direitos como sujeitos pertencentes a uma sociedade. Nessa perspectiva, as invasões e degradações territoriais e ambientais das suas terras, bem como a fraca representatividade a qual estes ameríndios possuem na esfera política são um dos principais entraves aos quais estes nativos estão submetidos. É importante pontuar, de início, que a cultura do indígena faz da terra e do meio ambiente como sagrados em sua convivência individual ou coletiva. Todavia, atualmente, o avanço da pecuária, do latifúndio, além dos garimpos, sobretudo os ilegais, tornaram-se um dos grandes dramas em que a comunidade indígena está atrelada, no que se refere o contexto brasileiro. De fato, as ocupações das terras dessas comunidades por fazendeiros e latifundiários para criação, por exemplo, de gado, acarretou na expulsão de levas de índios de suas posses, muitas vezes, por intermédio da violência. Ademais, muitos destes nativos encontram-se em um impasse, já que o meio ambiente, isto é, sua moradia, é degradada de forma atroz pelo garimpo. É fundamental designar, ainda, que, embora o Brasil seja um país multicultural o qual corrobora o índio como sendo um cidadão, tal assertiva não é vista ,necessariamente, na prática. Certamente, é notória a pouca representatividade do índio na esfera política e jurídica no âmbito social ao qual pertence, o que o deixa carente na garantia de seus direitos civis, bem como no seu reconhecimento como cidadão. Assim, os espectros que afligem os povos indígenas são personificados na perda de suas terras, além da destruição do meio natural em que vivem, uma vez que seus direitos, muitas vezes, são intolerados e negligenciados por agentes com fins totalmente divergentes comparados com os daqueles povos. Por conseguinte, é necessário que o Governo Federal juntamente com o respaldo de ONGs atuem iminentemente nessa problemática por meio de políticas assistencialistas visando à garantia dos direitos inerentes ao indígena, como a representatividade e a isonomia no campo sociocultural. Outrossim, é imprescindível que a União juntamente à Polícia Federal fiscalizem com mais afinco as terras ocupadas por nativos, com o propósito de evitar possíveis ocupações territoriais, por exemplo, de latifundiários, fazendeiros e responsáveis pelos garimpos, punindo-os caso esses burlem a política relacionada às demarcações de terras. Assim, com essas medidas, talvez, o país poderá exercer com mais ímpeto seu espírito democrático e multicultural.