Nos primórdios do século XIX, com a chegada do romantismo ao Brasil, o índio é colocado como o herói nacional, onde é extremamente idealizado até os dias atuais. Apesar de sua posição heroica em literaturas, o índio do cotidiano brasileiro tem lidado com problemas cada vez maiores envolvendo a perda de terras gerada pelo avanço da fronteira agrícola e a falta de fiscalização em suas fronteiras. Com a ascensão da bancada ruralista, as terras indígenas vêm sendo tomadas, de forma ilegal, para o desenvolvimento de atividades comerciais, o que além de causar o desmatamento relacionado a queima de aréas verdes para o pastoreiro e a monocultura de exportação, gera o êxodo da sociedade indígena, que muitas vezes é obrigada a se estabelecer em meios urbanos, adquirindo condições precárias de moradia e vivendo cada vez mais à margem da sociedade. Apesar de habitarem a terra brasileira muito antes da chegada dos portugueses, apenas em 1973 houve o reconhecimento e a aprovação do Estatuto do Índio, o qual, devido a baixa fiscalização e a pouca eficiência de execução das leis citadas no Estatuto, não impediu o avanço do garimpo ilegal, ocasionando o aumento de ameaças para que os índios abandonem suas terras, além de acirrar os conflitos e as mortes. Cabe, portanto, ao Poder Legislativo assegurar o bem-estar da população indígena, mediante criação e reformulação de leis que garantam o direito à terra, por esta condição ser essencial à existência do índio. Além disso, é necessário uma fiscalização ativa por parte do Poder Executivo para evitar a invasão de terras indígenas. Por fim, é tarefa da sociedade civil a valorização e o reconhecimento da importância da cultura indígena na história do Brasil.