No século XIX a literatura na primeira geração do Romantismo brasileiro descrevia o índio como protagonista e símbolo de exaltação da nacionalidade. No entanto, a realidade vivida por milhares de aborígenes, mesmo após avanços nos direitos fundamentais é repleta de disparidades sociais, tento como precursores a falta de efetivação de políticas afirmativas já existentes. Nesse sentindo, um dos grandes desafios que permeia a contemporaneidade é a questão da educação indígena no país, pois, através dela é possível reconhecer suas garantias e lutar pela identidade cultural de um povo. Em primeira análise, cabe pontuar que, tal temática foi sinalizada na Constituição Cidadão de 1988, na qual houve o reconhecimento dos direitos culturais dos povos indígenas, estabelecendo o direito de terem uma educação específica e diferenciada, cabendo aos estados e municípios essa responsabilidade. Entretanto, atualmente são poucas regiões do país que disponibilizam de uma estrutura adequada que garanta o respeito à organização social desse grupo, mantendo as tradições, culturas, línguas e crenças de cada etnia. Com isso, a universalização de escolas bilíngues culturais que atenda as necessidades e especificidades indígenas é fundamental para sanar um problema de exclusão e invisibilidade social. Somando a isso, pode-se afirmar que outra grande dificuldade enfrentada na busca pelo acesso à qualidade no ensino é a falta de infraestrutura, o que dificulta o aprendizado. Além disso, a formação e escassez de docentes especializados é um grande problema, visto que é necessário não apenas conhecimento acadêmico, mas sim ter vivido experiências e ter conhecimentos culturais das tradições e crenças de cada grupo. Sendo assim, é preciso ver a educação como uma política voltada para todos, sendo um direito de se autorrepresentar, com ênfase em dar uma maior autonomia aos povos indígenas. Portanto, é preciso um novo olhar a cerca dos povos indígenas, para isso é fundamental o empenho do Governo em todas as esferas públicas, em busca do planejamento e efetivação de direitos. Desse modo, é fundamental a construção e reforma de escolas principalmente em aldeias remotas, além disso, a disponibilização de materiais didáticos adequados para cada etnia é essencial no processo da manutenção da qualidade do ensino e de suas culturas e tradições. Ademais, o investimento em capacitação e criação de concursos públicos específicos voltados para professores indígenas é imprescindível, uma vez que incentivará a formação de mais educadores, é consequentemente mais pessoas dispostas a lutar por um futuro melhor.