As formas de comunicação e relacionamentos na contemporaneidade sofreram várias mudanças. O processo de globalização, com o advento da modernidade e dos veículos de comunicação, contribuiu para que essa mudança se concretizasse. Com isso, o contato entre familiares distantes, encontros com velhos amigos e a disseminação de informações foram facilitadas, tornando o ambiente social mais integrado e coeso. Entretanto, as relações familiares sofrem alterações, pois tal integração distancia-se da afetividade, deixando as relações mais frágeis ou inexistentes. É importante pontuar, de início, que vivemos tempos de modernidade líquida. Segundo o sociólogo Zygmunt Bauman, esses tempos caracterizam-se por relações pessoais e familiares, cada vez mais, distantes e longes da afetividade. No entanto, isso faz com que o diálogo entre pais e filhos e os momentos em família sejam substituídos, gradativamente, por um meio virtual de comunicação. Por conseguinte, muitos pais passam mais tempo conectado em uma rede social do que com seus filhos, presenteando, muitas das vezes, esses com celulares para terem uma distração, o que prejudica tanto o desenvolvimento educacional como também o psicológico desses. É fundamental pontuar, ainda, que, embora os veículos de comunicação tenham possibilitado a aproximação da família em um meio virtual, o relacionamento familiar ainda não se concretizou na afetividade. Jaak Bosmans já comprovou essa relevância ao afirmar que a globalização encurtou as distancias métricas aumentando muito mais as distancias afetivas. Logo, essa falta de diálogo familiar, não ocorrendo de forma concreta, deixam pais presos no mundo virtual e filhos propensos a serem marginalizados. Destarte, toda estrutura da sociedade é comprometida. Fica evidente, portanto, que o relacionamento familiar não vem ocorrendo de forma eficaz ou, simplesmente, inexiste na sociedade. Para resolver esse problema, é indubitável que o Governo crie projetos sociais que envolva as famílias em um ambiente afetivo, de modo a proporcionar o diálogo familiar. As escolas, junto com o Ministério da educação, devem realizar mais reuniões escolares, atraindo pais e filhos para um diálogo eficaz, visando um melhor desenvolvimento educacional das crianças. Cabe à mídia, ainda, por meio de propagandas publicitárias, divulgar as consequências do uso exagerado de aparelhos tecnológicos, além de informar a importância do relacionamento familiar, fomentando as famílias a terem esse contato. Dessa forma, formaremos uma sociedade integrada, com relações pessoais afetivas.