No filme americano “ELA”, um rapaz se apaixona pela voz do programa operacional de seu computador. Tal longa, apesar de fictício, demonstra o quanto a população está se tornando dependente da realidade virtual, muitos, inclusive, preferem estar em contato com esse mundo paralelo a estar em contato com seus familiares, causando, progressivamente o distanciamento entre eles. Tal realidade tem, na inversão de valores da sociedade e no mau uso de aparelhos tecnológicos, seus principais responsáveis. Em primeira instância, tem-se, de acordo com o pensamento marxista, que a economia é a base da sociedade, influenciando nas relações sociais e comportamentais. Nesse sentido, um mercado de trabalho extremamente competitivo colabora para uma alteração dos valores morais, já que os pais dedicam mais tempo ao emprego do que aos filhos, os quais passam cada vez mais tempo com babás, geralmente, em frente a computadores e televisões. Dessa madeira, nota-se uma mudança de característica nos jovens de hoje, uma geração que dedica cada vez mais o seu tempo ao mundo digital em detrimento do contato com o mundo real, muito diferente de outrora, provocando, devido à falta de experiência, um aumento considerável no número de pessoas antissociais. Não obstante, observa-se, segundo o Sociólogo Zygmunt Bauman, que as pessoas têm suas relações cada vez mais flexíveis e fluidas. Posto isso, observa-se que a relação entre pais e filhos tem se tornado mais distante, rituais familiares básicos, como o de se reunirem todos para a refeição, estão sendo, continuamente, trocados por refeições em frente a uma televisão ou computador. Tal fato, somado a uma “infância de baba digital“, demonstra uma maior afinidade dos jovens com objetos do que com seus consanguíneos, o que confirma a frase “chegamos a um tempo da coisificação do humano e da humanização das coisas“, de Drummond. Nessa perspectiva, portanto, vê-se a necessidade da criação de medidas para atenuar a problemática. Desse modo, o Poder Judiciário, em parceria com a Polícia Federal, deve punir os pais que deixarem seus filhos alheios aos cuidados dos outros mais tempo do que o necessário, por intermédio da elaboração de leis que proíbam o uso de babás mais de 8 horas diárias e apenas em dias úteis e, por meio disso, garantir os cuidados necessários às crianças. Ademais, cabe as Secretarias Municipais, em consonância com o Ministério da Educação, por meio da inclusão de palestras e debates nas escolas, demonstrar às crianças a importância de se relacionar com as pessoas do mundo real, principalmente seus pais, para, assim, aumentar a qualidade de vida e saúde desses adolescentes. Feito isso, talvez, perpetuara-se uma sociedade em que o relacionamento com máquinas existirá somente nos filmes.