A família consiste na primeira forma de socialização do homem e é exercida já nos primeiros dias de sua vida. Apesar da extrema importância dessa estrutura, um grande obstáculo é apresentado na contemporaneidade: o distanciamento entre seus membros. Diante disso, é essencial compreender que o surgimento das novas tecnologias no cotidiano do homem muito contribuiu para esse cenário, ao trazer consequências como a superficialidade das relações e a falta de tempo para livre para momentos de lazer em família. Quando o filósofo pós-moderno Zygmunt Bauman afirma que o homem contemporâneo tornou-se mais individualista e suas relações, mais superficiais, ratifica a ideia de que a estrutura familiar vem sendo ameaçada. Com a globalização e o advento de tecnologias inovadoras, surge também um processo de liquidez e fragilidade dos relacionamentos entre os indivíduos, o que é perceptível nas famílias que trocam a interação direta por momentos fúteis em seus dispositivos móveis. Assim, há pouca conversa e contato direto e esse grupo deixa de exercer seu papel de socialização, gerando reflexos na própria convivência em sociedade. Além disso, o cotidiano do homem moderno é regido pela busca por lucro, o que afeta diversas áreas da sua vida. É comum que empresas, por meio do avanço tecnológico, estendam o trabalho de seus funcionários para dentro dos lares, com o uso de computadores e tablets, visando a otimizar o tempo e aumentar o rendimento. Com isso, muitos pais permanecem ocupados e sem tempo livre mesmo dentro de casa, e seus filhos acabam por buscar refúgio nos smartphones e videogames. Tendo em vista que a família é a base da formação humana, tal realidade mostra-se inadmissível. As tecnologias, portanto, geraram certa fragilidade nas relações e uma nova dinâmica na vida do homem contemporâneo, ocasionando o atual quadro de distanciamento entre os indivíduos de uma mesma família. Para que haja a mudança dessa preocupante realidade, é ideal que as propagandas midiáticas usem a própria internet para conscientizar e convencer os internautas sobre a importância da convivência familiar direta. Ademais, as empresas, sob fiscalização de ONGs, devem garantir a seus empregados tempo livre suficiente para que esses possam interagir de forma mais saudável com seus filhos e cônjuges. Dessa forma, talvez, a estrutura familiar torne-se mais resistente e a sociedade, menos problemática.