A família, segundo o sociólogo Talcott Parsons, é uma das várias instituições, como o sistema educacional e jurídico, que têm papéis que se sustentam e garantem o funcionamento da sociedade. Todavia, tal funcionamento encontra-se abalado pelo distanciamento familiar atual que a inserção das tecnologias promove. Logo, se faz necessário o replanejamento do quadro com a contribuição governamental, dos setores pedagógicos e familiares para atingir a coletividade como um todo. É sabido que com o passar dos anos a internet, aliada ao advento da globalização se tornou um meio de comunicação acessível e promoveu o “encurtamento das distâncias”. Destarte, ela também ocasiona malefícios nos lares brasileiros, tais como a diminuição ou mesmo ausência de comunicação. Desse modo, acarreta um “efeito bola de neve” que perpassa pelos riscos dos conteúdos acessados, os quais podem causar acidentes e propagação de informações erradas, como também adolescentes e pais propícios ao sedentarismo, estresse e depressão devido às várias horas dedicadas à incessante “conectividade”. Hodiernamente, o uso indiscriminado de tablets, celulares e computadores podem gerar ainda jovens com déficit de atenção, levando a queda da aprendizagem e o desestímulo, culminando na evasão escolar. Desta feita, ocorrerá também indivíduos sem uma identidade formada e com baixa-estima, tendo em vista as recorrentes influências “fotoshopadas” e ilusórias que são postadas a cada minuto. Outrossim, malefícios que resultam em famílias desestruturadas, refletindo nos gastos públicos, seja no ingresso de jovens no sistema prisional ou no sistema de saúde necessitando de tratamentos psicológicos. Em suma a tecnologia pode e deve ser usada ao nosso favor, principalmente no âmbito familiar. Contudo, requer o incentivo do governo federal com a implementação nos meios de comunicação de propagandas alertando sobre as vantagens e perigos do uso excessivo de tecnologias nas residências. Por conseguinte, ele deve ainda custear projetos de extensão semanais em escolas municipais que abordem os limites quanto ao uso de mídias digitais por parte dos pais e dos alunos para que o projeto se torne equilibrado. Ação que aumentará a interação entre os mesmos através, por exemplo, de dinâmicas com atividades esportivas e artísticas. Assim, em médio prazo, a família hoje em processo de distanciamento se tornará mais comunicativa, disseminando empatia para toda a comunidade.