Ao fazer uma análise da sociedade, busca-se descobrir as causas que dificultam ou atrapalham o relacionamento familiar e, no contexto atual, pode-se afirmar que um grande responsável pela problemática é o uso desenfreado de novas tecnologias. Esta realidade confirma o receio de Albert Einstein quando este dizia temer o dia em que a tecnologia ultrapassasse as relações humanas. O uso excessivo dessas novas tecnologias dentro do contexto familiar, além de criar indivíduos nomofóbicos, prejudica a interação entre pais e filhos, visto que isto toma tempo e disposição para a mesma. Fazendo desta situação uma analogia com a Alegoria da Caverna, formulada por Platão, os dispositivos tecnológicos são “cavernas” que alienam os usuários, afastando-os do mundo real. Realidade, esta, que é onde se encontra as obrigações e o afeto familiar que devem ser mantidos em uma atualidade movida pela apatia. A problemática, em sua maioria, não está sendo causada apenas por uma parte da família, uma vez que adultos e crianças se tornam igualmente dependentes das novas tecnologias. Este fato gera outra questão que vem sido pertinente em rodas de discussão: a precocidade em que a tecnologia está sendo inserida como parte fundamental da realidade de uma pessoa. Tal fato pode ser explicado levando em consideração que os filhos repetem o comportamento dos pais, portanto pais dependentes criam filhos dependentes. Cientes do afastamento familiar ocorrido com o advento das novas tecnologias e da inserção precoce das mesmas na realidade de uma criança, devem-se tomar medidas que cessem tal problemática. Os órgãos públicos e as empresas privadas, com a ajuda da mídia, devem se inspirar na campanha “Conecte-se ao que importa”, da Associação dos Amigos do Hospital de Clínicas (AAHC) que incentiva os pais a usarem menos o celular em casa com frases como “quando você larga o celular é seu filho que vibra” e “tem gente solicitando sua amizade dentro de casa”.